Senado discute criação do Julho Neon para ampliar ações de saúde bucal no país

Transcrição
O Brasil concentra a maior força de trabalho da odontologia no planeta, são mais de 400 mil dentistas em atividade. Ainda assim, convive com um quadro grave: mais de 14 milhões de brasileiros vivem sem nenhum dente. Ainda de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE, cerca de 34 milhões de brasileiros já perderam 13 dentes ou mais. Esse cenário de desigualdade no acesso ao cuidado motivou a Comissão de Assuntos Sociais do Senado a discutir o projeto que institui o Julho Neon como mês nacional de conscientização sobre saúde bucal. A audiência, solicitada pela senadora Jussara Lima, do PSD do Piauí, buscou justamente reforçar a necessidade de ampliar ações de prevenção, orientação e educação em todo o país. Relatora da proposta, ela destacou que, embora o SUS tenha nascido com a missão de garantir atendimento integral, a área levou anos para ganhar espaço nas ações de atenção primária. A Constituição de 1988 criou o Sistema Único de Saúde como um sistema universal obrigado a prestar à população assistência integral. Porém, a saúde bucal foi inicialmente relegada a um segundo plano. Somente em 2000, o cirurgião dentista foi inserido nas equipes do programa Saúde da Família, programa que havia sido lançado em 1994. O coordenador-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Edson Gomes de Lucena, destacou que a odontologia é parte inseparável da saúde integral e que o Brasil é o único país de grande porte com política pública universal e gratuita de saúde bucal.  Não existe uma saúde plena sem a gente considerar o componente da saúde bucal. O Brasil é o único país com mais de 100 milhões de habitantes que tem uma política pública de saúde bucal universal, gratuita, integral, associada a uma equipe multiprofissional. Instituir esse momento, essa data nacional, como uma estratégia nacional de mobilização, de educação, para que a gente chame a atenção para a importância da saúde bucal. Os participantes da audiência defenderam que campanhas educativas permanentes melhoram a qualidade de vida, reduzem tratamentos invasivos e tornam o sistema mais eficiente. Com supervisão de Bruno Lourenço, da Rádio Senado, Henrique Nascimento.