Em depoimento à CPMI, Milton Salvador nega sociedade com "Careca do INSS"
Em depoimento nesta quinta-feira (18) à comissão parlamentar mista de inquérito que investiga fraudes no INSS, o empresário Milton Salvador negou ser sócio de Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", e afirmou apenas ter prestado serviço para ele e suas empresas. Na operação Sem Desconto, da Polícia Federal, o empresário é apontado como sócio do principal operador do esquema de corrupção.

Transcrição
EM DEPOIMENTO NESTA QUINTA-FEIRA À CPMI, MILTON SALVADOR NEGOU SOCIEDADE COM ANTÔNIO CARLOS CAMILO
ELE AFIRMOU QUE PRESTOU SERVIÇOS DE ASSESSORIA FINANCEIRA PARA O CARECA DO INSS. REPÓRTER PEDRO PINCER.
Em depoimento à comissão parlamentar mista de inquérito que investiga fraudes no INSS, Milton Salvador negou ser sócio de Antônio Carlos Camilo Antunes, o 'Careca do INSS' e afirmou apenas ter prestado serviço para ele e suas empresas. Na operação Sem Desconto, da Polícia Federal, o empresário é apontado como sócio do principal operador do esquema de corrupção –, em empresas de consultoria, de call center e de locação de carros, sendo que essa última nunca funcionou de fato. Segundo ele, o sócio do Careca do INSS na maioria das empresas era o fiho dele, Romeu Carvalho Antunes. Milton Salvador assegurou que constava como diretor financeiro para poder pagar as contas e emitir as notas.
Eu não sei o que houve durante o processo do inquérito policial, eu consto lá como sócio do careca do INSS. Não sou, nunca fui e jamais serei. Eu sou um prestador de serviço que eu conheci numa seleção em fevereiro de 2024. Ele contratou a minha empresa para prestar serviço para a empresa dele, de consultoria administrativa e financeira. Eu jamais fui sócio de quaisquer das empresas do careca do INSS.
O depoente também afirmou que nunca recebeu nenhum dinheiro ilícito das empresas do Careca do INSS para as quais prestou serviço.
Nunca recebi um centavo de dividendos, nunca recebi um centavo de lucro de quaisquer das empresas do careca do INSS. Todos os recebimentos que eu tive nesse período, de março de 2024 a abril desse ano, foi mediante a apresentação de nota fiscal da minha empresa contra as empresas dele.
A respeito dos trabalhos da CPMI, o presidente do colegiado, senador Carlos Viana, do Podemos de Minas Gerais, afirmou que está conseguindo colaborações importantes do governo e da oposição e fez críticas ao Supremo Tribunal Federal.
E eu espero, com sinceridade, que o Judiciário, o nosso Supremo Tribunal Federal, repense o que está acontecendo. Não é de hoje que a gente tem esse queixado das interferências do STF no Parlamento, que a gente comece a trazer de volta o reequilíbrio, que a gente não precisa votar leis para poder restringir, mas que eles nos devolvam o que o Brasil precisa, que é pacificar. Nós não temos que ficar brigando com o Judiciário, nós precisamos trabalhar em harmonia. É o que a população espera da gente.
A CPMI pode ouvir na segunda-feira Rubens Oliveira Costa, que também é apontado como sócio de Antônio Carlos Camilo Antunes em várias empresas. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.

