Ataques dos EUA com bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki completam 80 anos — Rádio Senado
Tragédias

Ataques dos EUA com bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki completam 80 anos

Em 2025, completam-se 80 anos das tragédias de Hiroshima e Nagasaki, cidades japonesas atacadas com bombas atômicas pelos Estados Unidos no fim da Segunda Guerra Mundial. Nesta reportagem, lembramos o sobrevivente Takashi Morita, que falou em 2008 à Rádio Senado. Fundador do movimento Hibakusha Brasil, pela não proliferação das armas nucleares, o sr. Morita faleceu em 2024, aos 100 anos. O senador Flávio Arns (PSB-PR), do Grupo Parlamentar Brasil-Japão, defende que o mundo não se esqueça do que aconteceu naquele país e invista na solução pacífica de conflitos.

06/08/2025, 18h27 - atualizado em 06/08/2025, 19h10
Duração de áudio: 03:39
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Transcrição
HÁ 80 ANOS, EM 6 DE AGOSTO DE 1945, OS ESTADOS UNIDOS LANÇARAM SOBRE A CIDADE DE HIROSHIMA, NO JAPÃO, A BOMBA ATÔMICA. NO DIA 9, LANÇARAM OUTRA, DESTA VEZ, SOBRE NAGASAKI. NÃO É EXAGERO DIZER QUE O MUNDO NUNCA MAIS FOI O MESMO. A LUTA PELA NÃO PROLIFERAÇÃO DE ARMAS NUCLEARES CONTINUA ATÉ HOJE, JÁ QUE A AMEAÇA NUNCA DEIXOU DE EXISTIR. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ: trilha sonora: "Rosa de Hiroshima" - Ney Matogrosso Às 8:15h da manhã do dia 6 de agosto de 1945 uma bomba atômica era lançada pelos Estados Unidos sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, causando uma destruição nunca antes vista. No dia 9, os norte-americanos jogaram outra, sobre Nagasaki. O contexto era a Segunda Guerra Mundial que, na Europa, já tinha acabado desde maio. Os lançamentos nucleares, resposta desproporcional aos ataques à base de Pearl Harbor ocorridos quatro anos antes, levaram à capitulação do Japão, em setembro de 45. Neste ano, completam-se oitenta anos da tragédia. Em 2008, a Rádio Senado teve a oportunidade de entrevistar um sobrevivente da bomba de Hiroshima que veio morar em São Paulo e fundou o movimento Hibakusha Brasil - pela não proliferação de armas nucleares. Takashi Morita era policial militar e tinha 21 anos quando tudo aconteceu: (Takashi Morita - sobrevivente da bomba atômica - in memoriam) "Meu nome é Takashi Morita. Eu [tinha] 21 anos, na época, em Hiroshima, [era] soldado, polícia militar. Em Hiroshima, centro, a 1,3km do lugar [da explosão]. Andando na rua e pegou a bomba atômica. Queimadura, pegou tudo. Aquilo [foi] muito triste. Pessoas morreram, bastante." O senhor Morita morreu no ano passado, aos cem anos de idade. Na época da entrevista, ele estava com a idade avançada - 84 anos - e falava português com dificuldade. Ele estava a um quilômetro e trezentos metros de distância do epicentro da explosão. Sofreu queimaduras e foi diagnosticado com leucemia, doença que tratou por duas vezes e que não voltou a se manifestar depois que ele chegou aqui no Brasil. O senador Flávio Arns, do PSB do Paraná, faz parte do Grupo Parlamentar Brasil-Japão. Para ele, as tragédias de Hiroshima e Nagasaki não podem ser esquecidas e o mundo deve continuar investindo na solução pacífica de conflitos, ainda mais no contexto atual, onde persiste a ameaça nuclear: (sen. senador Flávio Arns) "Essa tragédia já de 80 anos, tantas pessoas hoje em dia ainda sofrendo as consequências disso, com problemas de saúde, e isso faz todos nós pensarmos sobre a necessidade de não proliferação de armas nucleares. A gente tem a diplomacia, o diálogo, o consenso, o entendimento para a solução de conflitos e jamais perseguir como está sendo ameaçado nesse momento, no caso da Ucrânia e da Rússia, com submarinos nucleares ou ameaças verbais em relação a um possível evento nuclear." O número exato de mortos pelas bombas atômicas no Japão não se sabe, mas as estimativas giram entre cem e duzentas mil pessoas. Da Rádio Senado, Marcela Diniz. ATÉ 15 DE AGOSTO, NO SALÃO NEGRO DO CONGRESSO NACIONAL, ESTÁ ABERTA AO PÚBLICO A EXPOSIÇÃO "80 ANOS DE HIROSHIMA E NAGASAKI – INSPIRANDO A CULTURA DE PAZ". A MOSTRA REÚNE DUAS COLEÇÕES CEDIDAS PELO MUSEU DO MEMORIAL DA PAZ, DE HIROSHIMA, TRADUZIDAS E APRESENTADAS PELA EMBAIXADA DO JAPÃO ESPECIALMENTE PARA O PÚBLICO BRASILEIRO.

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