Comissão de Direitos Humanos celebra Dia Mundial de Conscientização do Autismo
A Comissão de Direitos Humanos celebrou o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo (TEA). A ativista Márcia Maria Arruda disse que mães de filhos autistas vivem o 2 de abril nos 365 dias do ano. O advogado Edilson Barbosa propôs a criação de um observatório dos direitos dos autistas e o estudante Bernardo Martínez, diagnosticado com 1 ano de idade, contou a sua história. Para a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) é fundamental criar oportunidades para jovens e crianças com TEA.

Transcrição
UM DEBATE NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS CELEBROU O DIA MUNDIAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O AUTISMO. REPÓRTER CESAR MENDES.
O transtorno do espectro autista - TEA - é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento do indivíduo, interferindo na capacidade de comunicação, na linguagem, na interação social e no comportamento. No Brasil, existem 2 milhões de pessoas com TEA, ou 1% da população. O debate sobre o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, data criada pela ONU em 2007, aconteceu na Comissão de Direitos Humanos e faz parte do ciclo de debates sobre os direitos das pessoas com deficiência e doenças raras. Uma iniciativa da senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal. Márcia Bueno César, mãe atípica e ativista da pauta do Autismo, destacou que mães de autistas vivem o dia 2 de abril nos 365 dias do ano.
(Márcia Maria Arruda Bueno César) "A primeira coisa que acontece com uma mãe quando ela recebe o diagnóstico do seu filho e ela já trabalhava é parar a sua vida profissional, porque aquela criança vai precisar e ela também vai precisar conhecer aquela criança. A maioria das mães são abandonadas pelos seus maridos."
O advogado Edilson Barbosa, do Movimento Orgulho Autista Brasil, sugeriu a criação de um observatório dos direitos dos autistas no Senado e a divulgação de informações do IBGE sobre a população de autistas do país. Ele destacou que a Lei da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Autismo, de 2012, definiu que pessoas com o distúrbio são pessoas com deficiência.
(Edilson Barbosa) "Matrícula de escola, não pode negar, nem pública e nem privada; o plano de saúde não pode ser negado; não é permitido fazer bullying; temos que ter acompanhante especializado; e também diagnóstico precoce, medicação e terapias. Olha que bonito! Agora, será que está sendo implementado?"
Já Bernardo Martínez, estudante de biologia da UnB, diagnosticado com TEA ainda criança, contou um pouco da sua história de superação.
(Bernardo Martínez)"Eu sou autista, eu fui diagnosticado quando eu tinha 1 ano e 11 meses de idade. Minha mãe já suspeitava porque eu tinha muitos sintomas e muitas estereotipias. Na época, eu seria classificado como autista nível 3 de suporte, porque até os meus 6 anos de idade eu era não verbal, eu tinha muitos sintomas, muitos comprometimentos associados aos meus hábitos, eu me isolava muito."
Emocionada, Damares Alves destacou que testemunhos como o de Bernardo trazem esperança.
(senadora Damares Alves)"Pra mãe que está lá na ponta, com uma criança não verbal e que alguns já decretaram sentença: Não tem mais jeito. E o Bernardo vem e fala: "até seis anos eu era não verbal". E hoje o Bernardo vai pra universidade na concorrência geral, sem precisar da cota, porque ele deixou pra outro; é um aluno brilhante. Então mãe, fica firme aí! Tá difícil?... Mas fica firme!"
Damares disse que jovens como Bernardo são a prova de que é preciso criar oportunidades para pessoas com transtorno do espectro autista. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

