Aliado do governo considera acertada decisão do Brasil de não retaliar imediatamente os Estados Unidos — Rádio Senado
Diplomacia

Aliado do governo considera acertada decisão do Brasil de não retaliar imediatamente os Estados Unidos

O senador Humberto Costa (PT-PE) considera acertada a posição do governo brasileiro de não partir para a retaliação imediata contra os Estados Unidos. A Casa Branca anunciou a taxação do aço, ferro, alumínio e do etanol exportados para o País. O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, defende o diálogo com Washington em busca de cotas, que livram os produtos brasileiros da cobrança extra. Humberto Costa avalia, no entanto, que se os Estados Unidos não negociarem, o Brasil poderá se valer das retaliações. Já a senadora Tereza Cristina (PP-MS) citou a votação de um projeto (PL 2088/2023) que prevê a adoção da reciprocidade pelo Brasil de exigências da União Europeia para a venda de produtos nacionais. Ela deverá incluir na proposta as taxações aplicadas por qualquer País ou bloco comercial e requisitos sociais e trabalhistas. A proposta está em discussão na Comissão de Meio Ambiente.

21/02/2025, 13h54 - atualizado em 21/02/2025, 18h31
Duração de áudio: 02:44
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
ALIADO CONSIDERA ACERTADA A DECISÃO DO BRASIL DE NÃO RETALIAR IMEDIATAMENTE OS ESTADOS UNIDOS PELAS TAXAÇÕES DOS PRODUTOS NACIONAIS. SENADORA CITA A VOTAÇÃO DO PROJETO DA RECIPROCIDADE COMO UMA SOLUÇÃO DO LEGISLATIVO PARA A CHAMADA GUERRA COMERCIAL. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O governo brasileiro decidiu não retaliar imediatamente os Estados Unidos após o anúncio da cobrança de taxas do aço, alumínio, ferro e do etanol exportados para o País. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, avalia que o momento é de negociar com a Casa Branca a adoção de cotas, ou seja, da definição de um montante a ser exportado sem a cobrança de taxas, como já aconteceu. O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, considera correta a decisão do governo brasileiro de não declarar guerra comercial agora contra os norte-americanos.  Num primeiro momento buscar um caminho da negociação. No caso do ferro e do aço, o governo está tentando conversar sobre a possibilidade do estabelecimento de cotas porque isso não seria uma guerra aberta. Agora, se a proposta do governo Trump for a de indiscriminadamente taxar os produtos brasileiros aí se trata de uma decisão política e como tal tem que ser enfrentada politicamente. E eu acredito que a decisão será de uma reciprocidade, taxar também produtos americanos no Brasil. A senadora Tereza Cristina, do PP de Mato Grosso do Sul, que foi ministra da Agricultura na gestão Bolsonaro, também defende o diálogo e a negociação. Mas diante da impossibilidade de um acordo com o governo Trump, Tereza Cristina citou que o Congresso Nacional poderá votar o projeto da reciprocidade, ou seja, que permite o Brasil adotar imediatamente as mesmas taxas de outros países.  O Brasil produz açúcar e etanol do mesmo produto: da cana-de-açúcar. Só que o açúcar nosso quando chega aos Estados Unidos, além da cota, ele chega com uma taxação de 70%. De repente, nós vamos conseguir agora resolver o problema do açúcar e do etanol. No Senado Federal, eu sou a relatora de um projeto de reciprocidade para todos os países que querem taxar o Brasil. De autoria do senador Zequinha Marinho, do Podemos do Pará, o projeto inicialmente previa que o Brasil passasse a exigir as mesmas condições impostas pela União Europeia na importação de produtos agropecuários brasileiros. Mas como relatora, a senadora Tereza Cristina deseja incluir as taxações e os requisitos sociais e trabalhistas nas regras da reciprocidade, que deverão ser adotadas imediatamente pelo governo do Brasil. A proposta está na Comissão de Meio Ambiente. Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

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