CPI da Manipulação de Jogos critica decisões do STJD — Rádio Senado
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CPI da Manipulação de Jogos critica decisões do STJD

A Comissão Parlamentar de Inquérito da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas estuda direcionar o seu foco para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD). Nesta quarta-feira (7), dia em que o colegiado tomou três depoimentos, senadores criticaram decisões recentes da corte. O tema ganhou força durante o depoimento do presidente do Vila Nova Futebol Clube, Hugo Jorge Bravo. Ele foi o primeiro dirigente esportivo a denunciar as suspeitas de manipulação de resultados de partidas.

07/08/2024, 21h51 - ATUALIZADO EM 07/08/2024, 21h51
Duração de áudio: 03:34
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
AS DECISÕES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DESPORTIVA FORAM CRITICADAS NA CPI DA MANIPULAÇÃO DE JOGOS. O COLEGIADO OUVIU TRÊS DEPOIMENTOS NESTA QUARTA-FEIRA. QUEM ACOMPANHOU FOI O REPÓRTER PEDRO PINCER:  A Comissão Parlamentar de Inquérito da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas estuda direcionar o seu foco para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD). Nesta quarta-feira, dia em que o colegiado tomou três depoimentos, senadores criticaram decisões recentes da entidade como o pedido de suspensão de 6 anos e multa de cerca de R$ 2 milhões ao dono da Sociedade Anônima de Futebol do Botafogo, John Textor. O gestor do clube carioca fez diversas acusações sobre manipulações no futebol brasileiro. O tema ganhou força durante o depoimento do presidente do Vila Nova Futebol Clube, Hugo Jorge Bravo. Ele foi o primeiro dirigente esportivo a denunciar as suspeitas de manipulação de resultados de partidas. Depois de ouvir que um jogador foi aliciado e estava sendo ameaçado por apostadores, Bravo reuniu provas, que foram apresentadas ao Ministério Público de Goiás. Apesar de ter sido favorável à punição dos atletas do seu clube, ele apontou a desproporcionalidades das penas decididas pelo STJD em outros casos de manipulação. Bravo começou citando a caso do atleta Gabriel Domingues: (Hugo Bravo) "E esse rapaz que teve o arrependimento, ele tomou 720 dias de punição. O Romário, que era o atleta que estava tentando cooptar um outro atleta para fazer ele também foi banido do futebol. Qual que é a justificativa para o Sr. Eduardo Bauermann, do Santos, tomar 360 dias? Qual que é a justificativa de o Sr. atleta Joseph estar atuando normalmente? Qual que é a justificativa de o Sr. atleta Thonny Anderson ser apenado com R$40 mil de multa?" Diante do levantamento apresentado por Bravo, o senador Carlos Portinho, do PL do Rio de Janeiro, lembrou a punição pedida pelo STJD para John Textor: (sen. Carlos Portinho) "Diante de uma pena sujeita ao John Textor de seis anos e de R$ 2 milhões, você é Presidente do Vila Nova que cortou na carne... E se fosse hoje, você faria com a mesma segurança ou você ficaria preocupado de tomar uma pena de seis anos e R$2 milhões que você não tem?" Os senadores também ouviram o ex-administrador da Santa Casa Global Brasil, Ricardo Gonçalves. Ele foi convocado para esclarecer denúncias e informações divulgadas pelas imprensas portuguesa e brasileira sobre uma suposta dívida da filial brasileira da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que opera loterias e bancas de apostas em Portugal, com  a organização criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital. Gonçalves, que não atua na empresa desde novembro de 2023, negou as notícias divulgadas pelo jornal Expresso e pela revista Piauí: (Ricardo Gonçalves) "Quero reafirmar a esta Comissão que repudio quaisquer insinuações de que a Santa Casa Global, enquanto eu fui o responsável pelas suas atividades no Brasil, manteve quaisquer relações com grupos criminosos, quer diretamente por mim ou com a minha autorização, sendo que tampouco alguma vez me foram colocados eventuais contatos com emissários." A comissão ouviu ainda o presidente da SIGA Latin America, Emanuel Medeiros. Recentemente, a SIGA assinou acordo de cooperação com a Confederação Brasileira de Futebol para a implementação do Sistema Independente de Rating e Verificação da SIGA. A parceria inclui também a partilha de conhecimentos e a implantação de melhores práticas de governança para a integridade das apostas esportivas. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.

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