Livre acesso de personais nas academias divide opiniões em audiência — Rádio Senado
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Livre acesso de personais nas academias divide opiniões em audiência

A Comissão de Esporte (CEsp) debateu a proposta que assegura ao personal trainer o livre acesso às academias para acompanhar o treino dos alunos (PL 4717/2020). O debate dividiu a opinião dos representantes das academias e profissionais. Para o presidente da Associação Brasileira de Academias, Ailton Mendes, a liberação aumenta os riscos para os estabelecimentos. Já o professor de Educação Física, Marcello Barbosa, sustentou que as cobranças são abusivas. O senador Romário (PL-RJ) buscará um acordo entre as partes para então apresentar o projeto.

12/06/2024, 14h43 - ATUALIZADO EM 12/06/2024, 14h43
Duração de áudio: 02:14
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
O DEBATE SOBRE O LIVRE ACESSO DE PROFESSORES NAS ACADEMIAS DE GINÁSTICA DIVIDIU OPINIÕES EM AUDIÊNCIA PÚBLICA. O RELATOR DO PROJETO VAI BUSCAR UM ACORDO ENTRE OS ESTABELECIMENTOS E OS PROFISSIONAIS. REPÓRTER LUIZ FELIPE LIAZIBRA. Desde 2020, está em discussão no Senado uma proposta do senador Jorge Kajuru, do PSB goiano, que permite ao personal trainer o acesso gratuito em academias para acompanhar os treinos dos alunos. Ele alega que a presença dos profissionais não gera despesas extras para os estabelecimentos. Atualmente, não existe legislação para regular a negociação e o valor da taxa é cobrado sobre um percentual dos clientes acompanhados. Em audiência na Comissão de Esporte, o presidente da Associação Brasileira de Academias, Ailton Mendes, disse que o livre acesso pode aumentar os riscos para os espaços. "Será que essa possível gratuidade vai fazer que ocorra uma redução no valor cobrado por parte do personal trainer na sala de aula? Digamos que sim, mas não sabemos. Eu não sei se essa pessoa que está ali dentro, ela está com bons hábitos. Por exemplo, a venda e o uso de anabolizantes é proibido no nosso país, é crime. E eu não sei se essa pessoa tem a cultura e a visão da minha empresa." O professor de Educação Física, Marcello Barbosa, criticou o argumento de que as taxas pagas pelo personal servem para manutenção dos equipamentos. Para ele, a cobrança é abusiva porque os alunos já pagam a mensalidade para este fim.  "Se entendemos que o personal trainer não faz uso dos equipamentos da academia, mas tão somente permanece à disposição do aluno contratante, não há qualquer justificativa para cobranças adicionais. A atuação desses profissionais não gera despesas excepcionais às academias. Ao contrário, aumenta a retenção." O senador Romário, do PL fluminense, vai buscar um acordo entre as partes para apresentar o relatório a ser votado pela comissão. "Eu acredito que a gente pode sim, depois dessa reunião aqui, que nenhuma conclusão será tomada rapidamente, marcar, inclusive dentro do meu gabinete, uma reunião de trabalho. A gente junto para se fazer um relatório que seja de comum acordo com todos, que não tenha prejuízo para ninguém." Se aprovado pela Comissão de Esporte, o projeto será analisado pela Comissão de Assuntos Sociais. Sob a supervisão de Hérica Christian, da Rádio Senado, Luiz Felipe Liazibra.

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