Mapa Nacional da Violência de Gênero é lançado no Senado
Lançado pelo Senado, o Mapa Nacional da Violência de Gênero é resultado de uma parceria entre o Observatório da Mulher contra a Violência do Senado, o Instituto Avon e a Organização Social Gênero e Número. O painel para discutir os resultados da pesquisa foi interativo e reuniu dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Conselho Nacional de Justiça, Sistema Nacional de Saúde e DataSenado. Para as participantes do debate, os dados podem subsidiar as políticas públicas de combate à violência contra as mulheres.
Transcrição
FOI LANÇADO, NO SENADO, O MAPA NACIONAL DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO.
O PAINEL INTERATIVO TRAZ DADO INÉDITO SOBRE SUBNOTIFICAÇÃO, COMO INFORMA A REPÓRTER BIANCA MINGOTE.
Lançado pelo Senado Federal, o Mapa Nacional da Violência de Gênero é resultado de parceria entre Observatório da Mulher contra a Violência do Senado Federal, o Instituto Avon e a Organização Social Gênero e Número. O painel sobre a violência contra a mulher é interativo e reúne bases de dados disponibilizadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, Conselho Nacional de Justiça, Sistema Nacional de Saúde e pelo Senado, com a Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher do Instituto DataSenado, que entrevistou mais de 21 mil mulheres pelo país e trouxe o dado inédito de Subnotificação Policial, que mostrou que, de cada 10 brasileiras que sofreram violência doméstica e familiar, 6 não denunciaram o caso. Isabel Figueiredo, diretora do Sistema Único de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública, avaliou que o índice de subnotificação de violência no país é alto, mas não dá para vincular o fato à falta de denúncia, pois há mulheres que sequer percebem ou sabem identificar a violência sofrida, seja ela física, psicológica, patrimonial, sexual ou moral.
Sonora: Isabel Figueiredo - A gente tem aí uma cifra oculta dessa criminalidade contra a mulher gigantesca por falta de denúncia, mas às vezes é mais do que por falta de denúncia. Às vezes é porque a mulher sequer percebe que aquilo é uma violência.
A coordenadora do Observatório da Mulher contra a Violência do Senado Federal, Maria Teresa Prado, destacou a importância da parceria para desenvolver um produto de qualidade, como o Mapa Nacional da Violência de Gênero.
Sonora: Maria Teresa Prado - A gente acredita que unindo forças, a gente pode chegar mais longe, a gente pode construir coisas melhores. A gente conseguiu construir essa ferramenta graças ao esforço imenso.
Maria Martha Bruno, co-diretora da Gênero e Número, ressaltou o potencial do mapa para colaborar com o trabalho de gestores de políticas públicas de combate à violência contra as mulheres. Ela disse ainda que o produto traz mais transparência para os dados públicos.
Sonora: Maria Martha Bruno - a gente traz um elemento de mais transparência e para cobrar mais transparência dos divulgadores e dos coletadores e produtores de dados. A gente traz um produto com uma robustez imensa.
Na avaliação de Daniella Marques Grelin, diretora-executiva do Instituto Avon, além da atuação da imprensa, a sociedade também deve conhecer o cenário de violência contra a mulher.
Sonora: Daniella Marques Grelin - Mas para que essa entrega seja, de fato, motivo de celebração e motivo de esperança, é necessário que esse mapa da violência contra as mulheres seja apropriado pela sociedade brasileira.
Luiza Brunet, atriz e ativista da Causa da Violência Contra a Mulher, relatou as violências que já sofreu e avaliou o mapa como uma ferramenta de inspiração para formulação de políticas públicas que mudem o cenário de violência no Brasil.
Sonora: Luiza Brunet - Então, toda a minha história foi passada por uma série de violências. Quando eu vejo que hoje a gente pode ter uma estatística, para que através dessa estatística, desses números, se possa fazer política com as públicas, em cima disso, eu falo, nossa, o negócio está melhor ao nosso lado.
Os resultados estaduais da pesquisa serão apresentados no início de 2024. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Bianca Mingote.