Blogueiro se recusa a falar na CPMI do 8 de Janeiro — Rádio Senado
Comissões

Blogueiro se recusa a falar na CPMI do 8 de Janeiro

O blogueiro Wellington Macedo se recusou a responder às perguntas dos integrantes da CPMI do 8 de Janeiro alegando não ter tido acesso aos autos do processo. A relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), apontou o envolvimento dele com os atos que antecederam os ataques do dia 8, a exemplo das tentativas de invasão ao hotel onde estava o então presidente eleito Lula, à sede da Polícia Federal em Brasília e do ataque à bomba com um caminhão tanque nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília. Ela citou também que Wellington Macedo recebia PIX para financiar as ações antidemocráticas. Já o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) criticou a perda de tempo com um depoente amparado por um habeas corpus e cobrou a convocação de representantes do governo, que teriam sido omissos no dia 8 de janeiro.

21/09/2023, 16h55 - ATUALIZADO EM 21/09/2023, 18h49
Duração de áudio: 03:30
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
BLOGUEIRO SE RECUSA A FALAR À CPMI DO 8 DE JANEIRO. MAS RELATORA NEGOCIA DELAÇÃO PREMIADA AO CITAR PARTICIPAÇÃO NOS ATOS QUE ANTECEDERAM OS ATAQUES. OPOSIÇÃO ALEGA PERDA DE TEMPO COM DEPOENTE QUE CONSEGUE HABEAS CORPUS NO SUPREMO E PEDE VINDA DO EX-COMANDANTE DA FORÇA NACIONAL. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O blogueiro Wellington Macedo recorreu ao Supremo Tribunal Federal para não comparecer à CPMI. Mas o ministro Roberto Barroso concedeu apenas o direito de ele permanecer em silêncio. Condenado a seis anos de prisão pela tentativa de explosão de uma bomba num caminhão de combustível no Aeroporto Internacional de Brasília no ano passado, Wellington Macedo se recusou a responder às perguntas dos integrantes da CPMI.  Vou colaborar com vocês a partir do momento que os meus advogados tiverem acesso aos autos acusatórios contra essa pessoa que aqui está e que até hoje não sabe porque tem pago um preço tão alto e tanta humilhação. Quando tiver acesso aos autos vocês podem me convocar novamente aqui que eu vou colaborar com vocês. A relatora, Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, considera Wellington Macedo um dos organizadores dos atos que antecederam os ataques do dia 8. Ela citou envolvimento dele na convocação de manifestantes para o 7 setembro em favor da prisão dos ministros do Supremo, no fechamento do acesso ao aeroporto de Brasília, da tentativa de invasão ao hotel onde o então presidente eleito Lula e à sede da Polícia Federal na capital federal e da explosão da bomba  num caminhão tanque no aeroporto de Brasília. Ela destacou que o blogueiro divulgava notícias falsas e antidemocráticas e que era frequentador do Palácio da Alvorada e do acampamento de apoiadores de Bolsonaro. Eliziane Gama ressaltou que Wellington não agiu sozinho e que tinha a missão de arrecadar recursos para os atos. Ao final da reunião, negociou com o advogado do blogueiro uma delação premiada.  Nós estamos constatando claramente que ele não agia sozinho, havia em torno dele várias outras pessoas. Então, eu entendo que ele tem um volume significativo de informações que poderá trazer para os trabalhos da CPMI  e com provas materializadas. O advogado se colocou à disposição, possivelmente, na segunda ou na terça-feira, nós faremos uma nova reunião. Já é uma reunião que ele trará esse conhecimento à Mesa Diretora dos trabalhos da CPMI, de forma que se for concretizada, a gente iniciará esse processo de colaboração premiada por parte da cpmi. Já o senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, lamentou a perda de tempo da CPMI com um depoente amparado por um habeas corpus. Ao citar a reta final das investigações, voltou a cobrar a convocação do ex-comandante da Força Nacional de Segurança Pública, José Américo de Souza Gaia.  Avaliação que eu faço aqui  é perda de tempo a chamada dele aqui. Tem tanta gente mais importante para ser ouvida, para realmente apurar a verdade que nós não devemos estar aqui perdendo tempo com isso. Nós precisamos saber de fato com aqueles que receberam os alertas, por que que eles não, ou se fizeram, porque não tomaram nenhuma atitude. É isso que a gente tem que chegar porque esse é o fato determinado da CPMI. Faltam duas semanas a gente vai acabar tendo só mais uma oitiva ou no máximo duas. Então, nós vamos apurar o que deve ser apurado também. A próxima reunião da CPMI do 8 de Janeiro está prevista para terça-feira, dia 26, quando poderão ser votados requerimentos e ser ouvido algum convocado, a exemplo, do ex-ministro da Defesa e da Casa Civil de Bolsonaro, Braga Netto. Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

Ao vivo
00:0000:00