Audiência pública sobre saúde mental reuniu especialistas e jovens senadoras e senadores

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ESPECIALISTAS ALERTAM PARA USO DE TELAS E NECESSIDADE DE ATENDIMENTO PSICOLÓGICO PARA ESTUDANTES. AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE SAÚDE MENTAL NAS ESCOLAS FOI UMA DAS ATIVIDADES DA SEMANA DE VIVÊNCIA LEGISLATIVA DOS JOVENS SENADORES E SENADORAS. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. A Comissão de Direitos Humanos do Senado participou da semana de vivências do programa Jovem Senador e Jovem Senadora, quando vinte e sete estudantes de todo Brasil são selecionados por um concurso de redação para vir a Brasília conhecer os trabalhos legislativos de perto. Uma audiência pública sobre saúde mental nas escolas, tema sobre o qual os jovens escreveram este ano, reuniu especialistas sobre o assunto. Do Rio Grande do Sul, a jovem senadora Ana Luiza Pires Garcia presidiu a reunião ao lado da representante do Ceará, Ana Daline Cartaxo. O presidente da comissão, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, que solicitou a audiência pública, ressaltou a atualidade do tema escolhido para o concurso de redação. Paim - Todos nós sabemos que a violência nas escolas tem sido quase que um filme de terror. A saúde mental nas escolas tem a ver, claro, com a violência nas escolas, onde dezenas de jovens foram assassinados covardemente. Médico sanitarista e doutor em saúde coletiva pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, o consultor legislativo do Senado Felipe Cavalcanti apontou o desafio do uso da tecnologia atualmente. Felipe - Um aspecto que é muito do nosso mundo contemporâneo diz respeito ao uso das telas, ao uso das redes sociais. A televisão, o YouTube, os jogos, em especial nessa primeira infância, têm tido um efeito quase devastador em alguns contextos. Muitas vezes nós – pais, mães – ficamos ocupados, temos muitos afazeres e é fácil deixar a criança assistindo televisão, jogando e isso é muito viciante pra criança. Se a gente não consegue estabelecer alguns limites a tendência é que esse excesso de tela vá prejudicando cada vez mais a saúde mental das crianças.  A psicóloga e coordenadora-geral de gestão e avaliação da rede de atenção psicossocial do Ministério da Saúde, Neli Almeida, ressaltou estrutura presente nos mais de setecentos institutos federais espalhados pelo Brasil. Neli - Existe um núcleo formado por psicólogos, por assistentes sociais e por pedagogos responsável por acompanhar o aluno de nível médio na sua trajetória na escola, acompanhar alunos que tenham alguma demanda de cuidado em saúde mental. Essa experiência poderia também estar presente em todas as escolas públicas estaduais, municipais. A psicóloga escolar do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Pernambuco Rossana Carla de Albuquerque chamou atenção para estudo recente que revela as consequências da falta de programas de acolhimento para os jovens. Rossana - Um importante estudo da Unicamp aponta que quando não há programas de acolhimento para jovens com problemas muitos acabam sendo amparados pelos grupos extremistas e se voltam contra a escola e para a escola porque há uma incitação e sentimento de vingança onde ele se sentiu humilhado e excluído. Impactos negativos da violência são potencializados e aí a gente tem efeitos nos diversos grupos que vão constituir a escola, na comunidade, no entorno dela. O trauma que fica pra quem vivencia aquilo é enorme e é muito difícil de a gente reparar em pouco tempo. Representantes do Ministério da Educação e do Instituto Ayrton Senna também estiveram na audiência pública em que os jovens senadores de todos os estados e do Distrito Federal participaram fazendo perguntas. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.