Senadoras apontam problemas no Novo Ensino Médio, mas defendem implementação — Rádio Senado
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Senadoras apontam problemas no Novo Ensino Médio, mas defendem implementação

Subcomissão do novo ensino médio (CEEnsino) promoveu última audiência pública no Senado e fez um balanço dos trabalhos. Senadoras não vêem possibilidade da lei ser revogada sem nova votação pelo Congresso Nacional. A implantação do novo modelo e a articulação entre União e entes federados estão entre os maiores desafios.

03/08/2023, 19h22 - ATUALIZADO EM 03/08/2023, 19h22
Duração de áudio: 02:56
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Transcrição
SUBCOMISSÃO DO NOVO ENSINO MÉDIO REALIZOU ÚLTIMA AUDIÊNCIA PÚBLICA E FEZ UM BALANÇO DOS TRABALHOS. SENADORAS NÃO VÊEM POSSIBILIDADE DA LEI SER REVOGADA SEM NOVA VOTAÇÃO PELO CONGRESSO NACIONAL, MAS INDICAM QUE DEVEM SER ENCONTRADAS ALTERNATIVAS AOS DESAFIOS APRESENTADOS PELO MODELO. REPÓRTER FLORIANO FILHO. A subcomissão temporária para debater e avaliar o ensino médio no Brasil promoveu a oitava e última audiência pública. Nas sete reuniões anteriores foram ouvidos cerca de 30 profissionais, representando diferentes setores do governo e da sociedade civil. A assessoria da subcomissão encaminhou formulários eletrônicos para todas as entidades participantes das audiências e a todas as secretarias estaduais de educação.  Uma pequena parte dos consultados respondeu. Henrique Marques Ribeiro, assessor da subcomissão, fez um balanço do trabalho realizado e relembrou informações importantes apresentadas durante as audiências anteriores. Uma delas, do Institiuto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, apontou que mais de 53% dos estudantes abandonaram a educação básica obrigatória sem ter concluído o ensino fundamental. Ou seja, esse grupo enorme sequer teve acesso ao ensino médio, indicando que o problema começa bem no início. Herique Marques também ressaltou um diagnóstico da Confederação Nacional da Indústria, resumindo onde está o gargalo na nova política do ensino médio.  A implementação por falta de uma coordenação nacional para apoiar a implantação nos últimos quatro anos resultou em inúmeros problemas como a formação adequada dos professores para atuar no novo modelo e as diretrizes claras de operação para viabilizar as escolhas dos estudantes e a chegada da reforma às escolas. A senadora Professora Dorinha Seabra, do União do Tocantins, lembrou que o novo ensino médio é uma lei aprovada pelo Congresso Nacional e resumiu o maior desafio para continuidade do modelo atual. Eu acho que o maior desafio é discutir, avaliar sobre o processo de implantação. Obviamente que nós sabemos da autonomia de todos os Estados e os Estados já estão-se reorganizando, fazendo ajustes inclusive no modelo apresentado. A senadora Teresa Leitão, do PT de Pernambuco, presidente da subcomissão, mencionou o movimento "Revoga já", que pretendia extinguir o novo modelo. Mas ela também reconheceu que uma lei federal pode até ser discutida e revista pelo Congresso, mas não pode ser desrespeitada ou revogada sem o devido processo legislativo. Numa revogação de uma lei, se a gente critica nesta lei em vigor a falta de um debate mais profundo, o ministro tem, reiteradas vezes, também criticado a falta de diálogo com os entes federados, com as entidades, a gente não pode revogar de uma canetada. Durante as audiências, dirigentes municipais de educação reclamaram que no atual estágio de implementação, alunos de escolas públicas em pequenos municípios estão com menos itinerários formativos do que os grandes municípios. Da Rádio Senado, Floriano Filho.

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