CPMI vai ouvir ex-chefe do Departamento de Operações da PM do DF — Rádio Senado
CPMI do 8 de Janeiro

CPMI vai ouvir ex-chefe do Departamento de Operações da PM do DF

Nesta segunda-feira, prestará depoimento à CPMI do 8 de Janeiro o ex-chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Jorge Naime, que acabou preso pelo crime de omissão no dia dos ataques. Ele revelou que o Gabinete de Segurança Institucional impediu a desmontagem dos acampamentos no QG do Exército em Brasília. A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse que na terça-feira será ouvido o coronel do Exército, Jean Lawand Júnior, que teria trocado mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro defendendo um golpe para impedir a posse de Lula. Mas o senador Marcos Rogério (PL-RO) avalia que o depoimento do militar vai comprovar que, apesar de estimulado, Bolsonaro não cedeu aos pedidos de aliados para permanecer no cargo.

23/06/2023, 13h33 - ATUALIZADO EM 23/06/2023, 14h49
Duração de áudio: 02:59
Rinaldo Morelli/CLDF

Transcrição
A CPMI DO 8 DE JANEIRO VAI OUVIR NA SEGUNDA-FEIRA O EX-CHEFE DO DEPARTAMENTO DE OPERAÇÕES DA POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. NO DIA SEGUINTE, SERÁ A VEZ DE UM CORONEL DO EXÉRCITO, QUE TERIA INCENTIVADO A REALIZAÇÃO DE UM GOLPE CONTRA O RESULTADO DAS ELEIÇÕES.  REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Na segunda semana de tomada de depoimentos, os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro vão ouvir o ex-chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Jorge Eduardo Naime. Ele acabou preso acusado do crime de omissão por estar de folga exatamente na semana da invasão à sede dos três Poderes em Brasília. Mas revelou que no dia dos ataques trabalhou. Em depoimento à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Jorge Naime declarou que tentou desmontar o acampamento de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro no QG do Exército em Brasília. Mas afirmou que foi impedido pelo Gabinete de Segurança Institucional. Na terça-feira, será a vez de o coronel do Exército, Jean Lawand Júnior, falar à CPMI. Ele teria incentivado o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente coronel Mauro Cid, a convencer o então presidente a convocar as Forças Armadas para impedir a posse de Lula. A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, destacou a importância dos dois depoimentos.    Na segunda-feira, nós vamos ouvir o Naime, ele tinha uma posição estratégica especificamente no 12 de dezembro quando nós vimos ali na tentativa de invasão à sede da Polícia Federal, ou seja, ele tem vários elementos a acrescentar. Na terça-feira, nós vamos ouvir o Lawand, na verdade, nos dados recolhidos no aparelho do Mauro Cid ele claramente incentiva, estimula na verdade, a implantação de um golpe aqui em Brasília. Então, também é um depoimento muito importante. Já o senador Marcos Rogério, do PL de Rondônia, avalia que o depoimento do coronel do Exército vai ser favorável ao ex-presidente Bolsonaro. Essas revelações todas apenas evidenciam que da parte daquele que estava à frente do governo não tinha nenhuma ação nesse sentido. Pessoas que gostavam do governo, que tinham alinhamento ideológico com o governo sugeriram, mas você não vê até agora nenhuma evidência de que o ex-presidente da República tenha praticado qualquer ato nessa direção. Os atuais governistas se frustram quando veem essas evidências porque elas são atestado de inocência para o presidente para aquilo que eles chamam de golpe. Nesta primeira fase, os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro decidiram concentrar as investigações nos fatos ocorridos antes dos ataques às sedes dos três Poderes em Brasília. Diversos pedidos de convocação já foram aprovados, entre eles, os do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, general G. Dias, e do ex-diretor da Abin, Saulo Moura. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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