Em debate, especialistas destacam potencial do Brasil na produção de hidrogênio verde — Rádio Senado
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Em debate, especialistas destacam potencial do Brasil na produção de hidrogênio verde

A Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde promoveu uma audiência pública para discutir sobre o setor e o desenvolvimento da tecnologia de baixo carbono. Os especialistas afirmaram que, por conta do tamanho e de particularidades regionais, o Brasil possui enorme potencial para a produção de hidrogênio verde, gerado a partir de fontes renováveis. O debate foi presidido pelo senador Cid Gomes (PDT-CE).

18/05/2023, 18h32 - ATUALIZADO EM 18/05/2023, 18h33
Duração de áudio: 04:00
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Transcrição
ESPECIALISTAS AFIRMARAM NO SENADO QUE O BRASIL TEM GRANDE POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO VERDE. A TECNOLOGIA É GERADA A PARTIR DE FONTES RENOVÁVEIS E EMITE BAIXOS NÍVEIS DE GÁS CARBÔNICO. REPÓRTER BIANCA MINGOTE.  A Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde promoveu uma audiência pública para discutir sobre o setor e o desenvolvimento da tecnologia, que é gerada a partir de fontes renováveis e emite baixos níveis de gás carbônico, o principal responsável pelo efeito estufa. De acordo com os especialistas que participaram da discussão, por conta do tamanho e de particularidades regionais, o Brasil possui enorme potencial para a produção de hidrogênio verde. O pró-Reitor da Universidade Federal do Ceará, professor Augusto Teixeira de Albuquerque, falou sobre o pioneirismo de países como Estados Unidos e China que há 20 anos se dedicam à tecnologia de baixo carbono. Por este motivo, na avaliação dele, é evidente o papel do hidrogênio verde na transição energética, mas há necessidade do desenvolvimento de tecnologia. Augusto Teixeira afirmou ainda que os pesquisadores brasileiros estão preparados para os desafios que surgirem:   O tema do hidrogênio verde é, por vezes, tratado com certo ceticismo, pois tudo que envolve o risco tecnológico precisa de certo pioneirismo. E hoje, Estados Unidos e China, que se mantiveram firmes no desenvolvimento científico tecnológico nesse tema, dominam quase todo o segmento. Ficou muito claro quando de nossa missão, juntamente ao governo do estado, ao centro desenvolvimento de pesquisa hidrogênio verde, na Espanha, que a contribuição de hidrogênio verde na transição energética é muito promissora, mas que para ser efetivada, uma série de desenvolvimentos tecnológicos ainda são necessários, e a comunidade científica brasileira está preparada para estes desafios.  Paulo Emílio de Miranda, professor do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, destacou que são produzidos mais de 100 milhões de toneladas por ano de hidrogênio verde no mundo e o Brasil contribui com cerca de 1% desse total. Segundo ele, a produção atual é utilizada no mesmo local. Porém, de acordo com o professor, em 2050, o mundo deverá produzir cerca de 540 milhões de toneladas de hidrogênio, sendo que 75% será mercantil produzido para ser consumido em outro lugar. Paulo Emílio ressaltou que a expansão da tecnologia vai beneficiar diversos setores da indústria mundial.    O hidrogênio tanto vai poder ser utilizado onde hoje são utilizados combustíveis convencionais, como na indústria, como em setores onde hoje é utilizada a eletricidade. Então, haverá uma interconexão entre setores que vai facilitar o desenvolvimento da cadeia de valor do hidrogênio no Brasil e no mundo.  Já Thiago Lopes, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, destacou o potencial do Brasil para produzir diversos tipos de hidrogênio e, sobretudo, com emissões negativas de carbono. O Brasil tem potencial para produzir uma ampla gama de hidrogênios, todos os tipos de hidrogênio., vamos dizer, mas particularmente, o Brasil tem potencial para contribuir com alguns tipos de hidrogênio que são especiais. Vamos colocar assim, mas nós também temos uma peculiaridade que nós podemos contribuir com um hidrogênio com emissões negativas de carbono. Uma das rotas é a do etanol. O etanol tem no cenário nacional condições para que o etanol tem uma pegada negativa de carbono.  De acordo com o presidente da comissão, senador Cid Gomes, do PDT do Ceará, nesta sexta-feira, 19 de maio, a comissão fará uma visita técnica a Pernambuco para conhecer a experiência desenvolvida no Porto de Suape na produção de hidrogênio verde. Sob a supervisão de Maurício de Santi, da Rádio Senado, Bianca Mingote.

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