Segurança hídrica e mudanças climáticas em pauta na CMA no Dia Mundial da Água — Rádio Senado
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Segurança hídrica e mudanças climáticas em pauta na CMA no Dia Mundial da Água

Projetos para garantir melhor aproveitamento dos recursos hídricos, ações para conservar e distribuir racionalmente a água, além de críticas ao uso desordenado do líquido foram destaques em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente neste Dia Mundial da Água. Evento solicitado pela presidente do colegiado, senadora Leila Barros (PDT-DF), reuniu representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e de outras entidades públicas e da sociedade civil.

22/03/2023, 19h36 - ATUALIZADO EM 22/03/2023, 19h36
Duração de áudio: 03:33
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
ESPECIALISTAS EXPÕEM PROJETOS PÚBLICOS E PRIVADOS DE APROVEITAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS E AÇÕES DE CONSERVAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA. ELES PARTICIPARAM DE UM DEBATE NO DIA MUNDIAL DA ÁGUA PROMOVIDO PELA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO.   A Comissão de Meio Ambiente promoveu neste Dia Mundial da Água uma audiência pública sobre segurança hídrica e mudanças climáticas com a participação de especialistas a pedido da presidente do colegiado, a senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal. No requerimento para a reunião, ela lembrou que a data foi criada durante a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco 92, realizada no Rio de Janeiro, para chamar a atenção aos temas que se relacionam com a gestão da água. A audiência foi aberta pelo vice-presidente da comissão, senador Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo, que mencionou os prejuízos à natureza ocorridos nos últimos anos no país e suas consequências para os recursos hídricos e a segurança da população. Contarato - O desmatamento ilegal, a grilagem, a invasão de terras naturais, de terras indígenas, de florestas públicas ameaçaram o delicado equilíbrio de nossas bacias hidrográficas, comprometendo nascentes e áreas de preservação permanentes, contribuindo para a poluição dos rios com agrotóxicos, a retração do espelho d’água, o aumento na incidência de eventos climáticos extremos cada vez mais recorrentes e que se traduziram em tragédias humanas a exemplo do que aconteceu no litoral paulista e em várias áreas urbanas neste último verão. Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, Carlos Eduardo Pacheco falou sobre os projetos de adaptação para produção agropecuária diante dos impactos das mudanças climáticas. Carlos - Nós temos a atuação da empresa no desenvolvimento de sistemas conservacionistas de produção, como a integração lavoura-pecuária-floresta, o plantio direto de hortaliças – atingindo também a agricultura familiar –, as fazendas verticais e o cultivo protegido – que têm potencial de economizar até 95% da água gasta nos sistemas convencionais de produção –, fornecer para comunidades rurais tratamento de esgoto e também a possibilidade de reutilizar essa água pra agricultura, gerando então economia no uso dos recursos hídricos e o desenvolvimento de sistemas de irrigação mais eficientes. André Rocha representou na audiência pública a Articulação no Semiárido Brasileiro, uma rede com três mil organizações da sociedade civil que atua há trinta anos para promover projetos de convivência com os desafios e potencialidades da região, formada por áreas de dez estados e o norte de Minas Gerais. Ele fez um alerta sobre a utilização dos recursos hídricos no Brasil e apontou medidas para a segurança hídrica e climática no país que são mais decisivas do que a educação ambiental. André - Além do exercício de cidadania de fechar as torneiras da água de uso doméstico, é preciso também regular e fechar as torneiras do agronegócio porque em média 70% das águas retiradas da fonte vão para o setor agrícola. No Vale do São Francisco chega a 95%. E quando não é retirando água das fontes é evitando a infiltração para o abastecimento das fontes naturais que alimentam os rios, como é o caso do Cerrado. Nós precisamos garantir uma política de captação também artificial de água de chuva. Também se manifestaram na reunião representantes da Agência Reguladora de Águas do Distrito Federal, da Organização de Conservação da Terra e da Sociedade Mineira de Engenheiros, além dos senadores Jaques Wagner, do PT da Bahia, Confúcio Moura do MDB de Rondônia, e Margareth Buzetti, do PSD de Mato Grosso. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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