Pesquisa do Unicef aponta que o país tem 32 milhões de crianças e adolescentes na pobreza — Rádio Senado
Social

Pesquisa do Unicef aponta que o país tem 32 milhões de crianças e adolescentes na pobreza

Pelo menos 32 milhões de meninos e meninas no Brasil vivem na pobreza. O número representa 63% do total de crianças e adolescentes no país e abarca a pobreza em diversas dimensões: renda, alimentação, educação, trabalho infantil, moradia, água, saneamento e informação. É o que indica a pesquisa As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil, divulgada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O resultado da pesquisa repercutiu entre os senadores.

15/02/2023, 16h53 - ATUALIZADO EM 15/02/2023, 16h55
Duração de áudio: 03:46
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Transcrição
UMA PESQUISA DO UNICEF APONTOU QUE O PAÍS TEM 32 MILHÕES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA POBREZA RELATÓRIO UTILIZA DADOS DA PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS. O REPÓRTER PEDRO PINCER TEM OS DETALHES  Pelo menos 32 milhões de meninos e meninas no Brasil vivem na pobreza. O número representa 63% do total de crianças e adolescentes no país e abarca a pobreza em diversas dimensões: renda, alimentação, educação, trabalho infantil, moradia, água, saneamento e informação. É o que indica a pesquisa As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil, divulgada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef. O levantamento apresenta dados até 2019 (trabalho infantil, moradia, água, saneamento e informação), até 2021 (renda e alimentação) e até 2022 (educação). A pesquisa destaca que a pobreza na infância e na adolescência vai além da renda e inclui aspectos como, por exemplo, estar fora da escola, viver em moradias precárias, não ter acesso à água e saneamento, não ter uma alimentação adequada, trabalho infantil e não ter acesso à informação. É o que explica a chefe de Políticas Sociais, Monitoramento e Avaliação do Unicef no Brasil, Liliana Chopitea. Isso porque a pobreza na infância vai além da renda.  Ela é a interrelação  entre várias privações de acesso a direitos que as crianças e adolescentes sofrem no país. Importante que o investimento melhore, as políticas sociais para crianças e adolescente e importante que as políticas sejam planejadas, desenhadas de maneira interssetorial. O relatório utiliza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, Pnad Contínua e os resultados revelam um cenário preocupante, como afirma o senador Paulo Paim, do PT gaúcho. Isso é uma tragédia que poderia ter sido evitada. Eu entendo que o governo que saiu foi omisso, agiu com descaso com esse setor da população tão importante, que são nossas crianças, a nossa juventude. Temos que tratá-los com carinho, alimentação, saúde, escola, moradia, saneamento, combate ao trabalho escravo. Em 2021, o percentual de crianças e adolescentes que viviam em famílias com renda abaixo da linha de pobreza monetária extrema (menos de US$ 1,9 por dia) alcançou o maior nível dos últimos 5 anos: 16,1%, contra 13,8% em 2017. O contingente de menores privados da renda necessária para uma alimentação adequada passou de 9,8 milhões em 2020 para 13,7 milhões em 2021 – um salto de quase 40%. Para a  senadora Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, o resultado da pesquisa é consequência de decisões políticas equivocadas. Na verdade o que o Unicef mostra é o que a gente vê nas cidades brasileiras.O aumento da pobreza, com crianças e adolescentes nas ruas pedindo ajuda, famílias debaixo de pontes e de viadutos. Se tivéssemos mais escolas e creches públicas, em tempo integral, ao menos essas crianças estariam com a alimentação garantida. As orientações da entidade para o Brasil incluem priorizar investimentos em políticas sociais; ampliar a oferta de serviços e benefícios a crianças e adolescentes mais vulneráveis; fortalecer o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente; promover a segurança alimentar e nutricional de gestantes, crianças e adolescentes; e implantar políticas de busca ativa escolar e retomada da aprendizagem, em especial na alfabetização; e priorizar a agenda de água e saneamento. Da Rádio Senado, Pedro Pincer

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