Especialistas defendem mais investimentos no combate a doenças renais — Rádio Senado
Audiência pública

Especialistas defendem mais investimentos no combate a doenças renais

As doenças renais crônicas atingem 140 mil brasileiros, que com a função renal extremamente comprometida necessitam de procedimentos de filtragem do sangue. Em audiência na Comissão de Assuntos Sociais, especialistas apresentaram as diferenças dos métodos de diálise: a hemodiálise e a diálise peritoneal.

11/05/2022, 13h11 - ATUALIZADO EM 11/05/2022, 13h11
Duração de áudio: 03:59
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
AS DOENÇAS RENAIS CRÔNICAS, QUE ATINGEM 10% DA POPULAÇÃO, FORAM TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS. ESPECIALISTAS DEFENDERAM O DIAGNÓSTICO PRECOCE E MAIS INVESTIMENTO EM TERAPIAS SUBSTITUTIVAS COMO A DIÁLISE PERITONEAL. REPÓRTER RODRIGO RESENDE. Pelo menos 140 mil pessoas têm doença renal crônica no país com necessidade de diálise, ou seja, de filtragem constante do sangue. Especialistas debateram o tema na Comissão de Assuntos Sociais. O representante do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Hugo Abensur, ressaltou que o diagnóstico precoce é feito pelo monitoramento da creatinina por meio do exame de urina.    Seria a creatinina no sangue que a gente joga, a creatinina é uma substância que é produzida no músculo e o rim tem que limpar do sangue. Se a creatinina sobe significa que o rim não está funcionando bem. E à medida que o indivíduo vai perdendo função renal vai caindo o ritmo de filtração. Vai caindo de 90ml. São diversos estágios. Quando o paciente chega com 10ml por minuto de ritmo de filtração ele precisa de uma terapia renal substitutiva. A terapia renal substitutiva pode ser um transplante ou um dos dois tipos de diálise: a hemodiálise e a peritoneal, como explica Daniel Calazans, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Calazans –  A hemodiálise é aquela que faz as trocas pela máquina onde retira do acesso do paciente o sangue faz aquela filtragem do sangue e a peritoneal ela é feita por uma membrana que a gente tem na barriga que é o peritônio, onde faz as trocas. A diálise peritoneal é feita via cateter e pode inclusive ser feita em casa. Mas o método ainda é pouco utilizado no Brasil, como afirma Márcia Maria Muniz, da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante. Márcia Maria –  Dez por cento da população mundial tem o diagnóstico de doença renal crônica e isso é semelhante aqui no Brasil, é uma doença que vem em incidência e em prevalência aumentando aqui no Brasil. Nós temos aproximadamente 145 mil pacientes em diálise desses 145 mil pacientes em diálise, 92,5% fazem hemodiálise. E só 7,5% fazendo diálise peritoneal. Márcia Barros Giannetti, Consultora Técnica da Coordenação Geral de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, destacou que os recursos liberados para os tratamentos chegam a R$ 3 bilhões por ano. Márcia Barros –   Esse gasto aqui não está incluindo o transplante. São só os procedimentos de atenção especializada e ambulatorial. Que é a diálise peritoneal e a hemodiálise de 2016 até 2021. Em 2021 mais de 3 bilhões de reais. Em um total desses 6 anos de mais de 19 bilhões. Para atenuar esses gastos, a senadora e médica Zenaide Maia, do PROS do Rio Grande do Norte, defende a atenção básica e a prevenção. Zenaide –   E que se for tratado corretamente, dependendo das doenças de base que ele estiver como diabete, hipertensão, que ainda são das principais causas de insuficiência renal, vai amenizar e vai ser um tratamento muitas vezes, como foi mostrado aí, a própria dieta. O senador Romário, do PL do Rio de Janeiro, quis saber dos convidados mais detalhes sobre os tipos de diálise. Quem respondeu foi Daniel Calazans, da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Romário e Calazans –   “A diálise peritoneal está indicada para os mesmos casos em que se indica a hemodiálise?” Senador, a diálise peritoneal ela tem indicações parecidas com a hemodiálise sobretudo existem alguns pacientes que se beneficiam mais, por exemplo, crianças na hemodiálise tem muita dificuldade pra maturação de acessos, outros problemas, então eles vão muito bem na diálise peritoneal. A população mais geriátrica também. Romário sugeriu a criação de um dia de conscientização sobre as doenças renais no Brasil, sempre na segunda quinta-feira de maio. Cerca de 40 mil pessoas morrem por ano no Brasil por doenças renais crônicas. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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