Senadores debatem reajuste de quase 25% na energia do Ceará — Rádio Senado
Audiência pública

Senadores debatem reajuste de quase 25% na energia do Ceará

A Comissão de Transparência e Defesa do Consumidor (CTFC) debateu o reajuste de 24,85% nas contas de energia dos cearenses. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) questionou o aumento. Representantes da ENEL e da ANEEL afirmaram que a correção nas contas de luz ocorreu por diversos fatores como a pandemia, a crise hídrica e a alta da inflação e do dólar.

05/05/2022, 13h10 - ATUALIZADO EM 05/05/2022, 13h10
Duração de áudio: 02:23
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Transcrição
A COMISSÃO DE TRANSPARÊNCIA E DEFESA DO CONSUMIDOR DEBATEU O REAJUSTE DA ENERGIA NO ESTADO DO CEARÁ. OS CONSUMIDORES CEARENSES TIVERAM EM MÉDIA AUMENTO DE VINTE E CINCO POR CENTO NA CONTA. CONCESSIONÁRIA ARGUMENTA QUE FICOU COM APENAS CINCO POR CENTO DESSE VALOR. REPÓRTER RODRIGO RESENDE. 24,85%. É esse o aumento médio na conta de energia dos cearenses neste ano. A Comissão de Transparência e Defesa do Consumidor debateu o assunto e o senador Eduardo Girão, do Podemos Cearense, questionou o reajuste. Girão – O que mudou entre 2021 e 2022? O que tornou aplicável um aumento tão elevado para a tarifa da ENEL distribuição do Ceará? A diretora-presidente da Enel Distribuição Ceará, Márcia Sandra Roque, afirmou que apenas parte do reajuste é destinada à concessionária. Márcia –  5,85% desses 24,85% são pra distribuidora, pra sua operação, manutenção não é? E a ampliação do sistema. Então pra os investimentos aí no sistema. O superintendente de Gestão Tarifária da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, Davi Lima, afirmou que os cearenses viram a conta de luz crescer por causa da bandeira de escassez hídrica. Segundo ele, o reajuste deste 2022 acabou por mitigar os efeitos do fim da cobrança especial. Davi Lima ressaltou ainda que o aumento foi autorizado por 4 fatores: pandemia, escassez hídrica, disparada da inflação e alta do dólar. Davi – Se comparar o que ele está pagando agora sem a bandeira com o que ele pagava antes é a mesma coisa, a diferença é de 0,09%. Então a despeito de toda essa crise, toda a pandemia, toda a crise internacional, cenário de inflação, a percepção do consumidor que já era ruim, ele pagava caro, a gente sabe disso. Mas a percepção dele não é de perceber um aumento, ele não vai perceber uma redução da bandeira tarifária, mas ele também não vai perceber o aumento na conta dele. Já o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará,  José Amílcar de Araújo, afirmou que o impacto no campo cearense é ainda maior. José Amílcar – O reajuste pode ser legal, mas ele é imoral. É insuportável nesse momento. Não é possível. Ao lamentar o reajuste, Thiago Fujita, presidente da Associação Cearense de Defesa do Consumidor, afirmou que o aumento provoca um efeito cascata na economia e contribui para o aumento dos produtos e serviços no estado. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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