Senadores e especialistas debatem a criação do Real Digital
A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) discutiu nesta quarta-feira (1º) a criação e implementação do Real Digital, uma moeda oficial virtual a ser emitida pelo Banco Central. O presidente do colegiado, senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL), disse que a nova moeda vai contribuir para o combate de crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. Mais de 60 países têm projetos para adoção de moeda oficial digital, alguns já em fase de experimentação, como a China. Participaram do debate representantes do Banco Central, dos Ministérios da Economia e da Justiça, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e pesquisadores.
Transcrição
O REAL DIGITAL FOI DISCUTIDO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA QUARTA-FEIRA, NO SENADO.
REPRESENTANTES DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DO BANCO CENTRAL PARTICIPARAM DO DEBATE NA COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES
A criação do Real Digital, uma moeda virtual oficial emitida pelo Banco Central, está em desenvolvimento avançado. Representando o Banco Central, Fábio Araújo explicou que o Real virtual é diferente das criptomoedas, que são ativos arriscados, por não serem regulados pelo Banco Central. Ele destacou que atualmente pouco se usa dinheiro físico e a intenção é oferecer mais facilidades ao cidadão.
É ir além do que o nosso serviço de pagamentos já oferece à população, serviços já oferecidos pelo PIX e o que o open bank pode trazer. A gente precisa construir sobre estas plataformas e criar, dentro do perímetro regulatório do Banco Central, um ambiente propício para a atuação segura dessas novas tecnologias financeiras.
O presidente da Comissão de Ciência e tecnologia, Rodrigo Cunha, do PSDB de Alagoas, destacou que mais de 60 países têm projetos para adoção de moeda oficial digital, alguns já em fase de experimentação, como a China. E apontou, entre as vantagens, o controle da lavagem de dinheiro.
Por ser rastreável, a moeda digital também auxiliaria no combate aos crimes de lavagem de dinheiro, também ao crime de corrupção, de sonegação fiscal, tráfico de drogas, terrorismo, entre tantos outros. O fato é que o Brasil terá de acompanhar o dinamismo da evolução tecnológica nos meios de pagamento, devendo fazê-lo do modo mais ágil e seguro possível.
Quanto à segurança, o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, Eduardo Diniz, disse que eventuais problemas não se devem ao sistema tecnológico. E ao citar que o Facebook tem intenção de criar sua própria moeda, ele defendeu a atuação do Estado.
Onde tem dinheiro, tem ladrão! Esse problema criminal não é problema financeiro. Tem que controlar problema criminal. E a gente tá vendo grandes empresas que tem um poder maior do que alguns Estados. A discussão do lançamento do Real Digital tem a ver também com a perspectiva de o Estado tomar as rédeas, o controle, do sistema financeiro, do sistema monetário.
TTambém participaram do debate representantes dos Ministérios da Economia e da Justiça, da Federação Brasileira de Bancos e pesquisadores. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.