CPI deve ser prorrogada por mais 90 dias — Rádio Senado
CPI da Pandemia

CPI deve ser prorrogada por mais 90 dias

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou o pedido de prorrogação por mais 90 dias da CPI da Pandemia. O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), citou a investigação de suposta corrupção na compra da vacina covaxin, o que foi rebatido pelo senador Fernando Bezerra (MDB-PE). Em depoimento à Comissão, o deputado estadual Fausto Junior disse que a CPI da Saúde do Amazonas não tinha provas contra o governador Wilson Lima.

29/06/2021, 19h17 - ATUALIZADO EM 29/06/2021, 19h17
Duração de áudio: 03:16
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
FOI APRESENTADO O PEDIDO DE PRORROGAÇÃO DA CPI DA PANDEMIA COM 34 ASSINATURAS. O RELATOR QUER INVESTIGAR AS DENÚNCIAS DE IRREGULARIDADES NA COMPRA DE VACINAS. JÁ O DEPUTADO ESTADUAL DO AMAZONAS OUVIDO NESTA TERÇA-FEIRA DISSE QUE ASSEMBLEIA NÃO TEVE PROVAS PARA INDICIAR GOVERNADOR PELA CONDUÇÃO NA PANDEMIA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, já apresentou o pedido de prorrogação da CPI da Pandemia por mais três meses com 34 assinaturas, sete a mais do que o mínimo exigido. O relator, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, destacou que nesses dois meses de funcionamento, a Comissão revelou a existência de um suposto gabinete paralelo, demora na compra de vacinas, propagação do tratamento precoce e a tese da imunidade rebanho. Segundo Renan Calheiros, agora a CPI vai investigar denúncias de irregularidades no contrato da vacina indiana covaxin. Esta Comissão Parlamentar de Inquérito vai ampliar o seu prazo de duração porque, a partir de agora, nós já começamos a acessar informações gravíssimas com relação à possibilidade de desvio de dinheiro público no âmbito da administração federal. Avançamos bastante com relação a algumas informações que procurávamos. Ao negar irregularidades no contrato, o líder do governo, senador Fernando Bezerra Coelho, do MDB de Pernambuco, citou o aval do Tribunal de Contas da União para a compra da vacina indiana. Ele destacou ainda que nenhum pagamento foi feito porque as doses não foram entregues nem liberadas pela Anvisa. Como insistir na narrativa de sobrepreço quando o órgão da República responsável por isso fez um relatório preliminar e atestou? Tem um parecer do Ministro Benjamin Zymler. Esse contrato foi, sim, fiscalizado, foi auditado, foi analisado. E, agora, nós estamos diante de uma tentativa de se criar uma narrativa para poder justificar a prorrogação da CPI. A Comissão ouviu nesta terça-feira o relator da CPI da Saúde do Amazonas, deputado Fausto Júnior. Segundo ele, as investigações apontaram para a prática de corrupção, superfaturamento, falta de contratos e pagamentos liberados via processo indenizatório, que dispensa licitação e impede a fiscalização do serviço prestado.  Fausto Junior disse que a CPI indiciou 18 pessoas, exceto o governador Wilson Lima, primeiro por falta de provas, e depois de muito questionado disse que por impossibilidade de a Assembleia convocá-lo e ter acesso a quebra de sigilos, apesar de ser um instrumento da CPI. Das 18 pessoas que foram presas nas três operações da Polícia Federal, 14 foram indiciadas pela CPI da saúde. O que aconteceu? Nós iniciamos uma investigação, que foi a investigação dos respiradores na loja de vinhos, e nós interrompemos a investigação no momento em que tomamos conhecimento de que a Polícia Federal havia tomado o caso. Então, para que a gente não atrapalhasse as investigações em segredo de justiça, entregamos toda documentação para a PF. O que foi apurado até o momento que investigamos, as pessoas que encontramos materialidade foram indiciadas. O deputado Fausto Junior disse que a CPI não foi prorrogada por decisão da própria Assembleia. Mas não explicou por quê uma nova não foi instalada para investigar a falta de oxigênio em janeiro e as operações da PF contra o governador do Amazonas. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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