Acelerar vacinação dos profissionais de educação é condição para volta às aulas, avaliam especialistas — Rádio Senado
Educação na Pandemia

Acelerar vacinação dos profissionais de educação é condição para volta às aulas, avaliam especialistas

A comissão temporária da Covid-19 ouviu nesta segunda-feira (7) especialistas em educação. Segundo o representante do Conselho Nacional dos Secretários de Educação, Ellen Gera, é preciso aumentar a confiança no ambiente escolar para que as aulas presenciais não sejam adiadas para 2022. A senadora Zenaide Maia (PROS-RN) lamentou que os professores sejam responsabilizados, em alguns casos, pelo fechamento das escolas. Já Kátia Abreu (PP-TO) pediu mais participação do ministro da Educação, Milton Ribeiro, no debate. A reportagem é de Marcella Cunha.

07/06/2021, 16h41 - ATUALIZADO EM 07/06/2021, 21h47
Duração de áudio: 03:26
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: A COMISSÃO DA COVID-19 OUVIU ESPECIALISTAS NESTA SEGUNDA-FEIRA SOBRE OS IMPACTOS DA PANDEMIA NO ENSINO. LOC: AO DEFENDEREM VACINAÇÃO, ELES TEMEM QUE A FALTA DE SEGURANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR POSSA ADIAR O INÍCIO DAS AULAS PARA 2022. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA TÉC: O Brasil inverteu a lógica internacional de que fechar as escolas deve ser o último recurso na pandemia e tratou a educação com menos prioridade que serviços não essenciais. É o que defenderam especialistas em educação que participaram de audiência na comissão da covid-19. A estimativa é que 48 milhões de alunos tenham ficado sem aulas, gerando defasagem no aprendizado e impactos sociais e emocionais que só poderão ser minimizados com o retorno das aulas presenciais. Para o representante do Conselho Nacional dos Secretários de Educação, Ellen Gera, o país corre o risco de adiar a volta às aulas para 2022 se a educação não for priorizada no segundo semestre. (Ellen) Perceba que as pessoas vão ao supermercado, elas vão a bares, elas vão às praias, já vão às festas... Tivemos um movimento todo eleitoral do ano passado com passeatas, carreatas, mas hoje existe um receio muito grande de se voltar ao chão da escola, num ambiente em que é possível, com disciplina, se manter protocolo, mas existe uma desconfiança. Essa desconfiança também passa por essa falta de convergência pública da prioridade desta política. (REP) Segundo o representante do Movimento todos pela Educação, Olavo Nogueira, em alguns estados, há baixa adesão dos municípios para a retomada das aulas, com ameaça de greves e judicialização. Mas para a senadora Zenaide Maia, do PROS do Rio Grande do Norte, não se pode responsabilizar os professores pela situação. (Zenaide) Eu senti que o senhor quis, assim, culpar os professores por não irem. Eu gostaria de lembrar que os professores são mal pagos e a grande maioria anda de transporte coletivo. Então, essa história de que vai proteger só os alunos e só os professores, eles não têm como fazer isso. (REP) Em maio, uma pesquisa do DataFolha indicou que para metade dos brasileiros as escolas deveriam permanecer fechadas até o fim da pandemia. A senadora Kátia Abreu, do PP do Tocantins, pediu que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, venha a público exigir a vacinação dos profissionais da área e recursos para a adaptação das escolas aos protocolos sanitários. (Kátia) Então, eu solicito ao ministro da Educação que se exponha mais em defesa da educação no Brasil. Pedindo a vacinação e recursos para o Congresso Nacional para adaptação das escolas. Nós não negamos nada, nada neste Congresso foi negado, desde o ano passado, ao Presidente da República e aos seus ministros no que diz respeito a recursos para acudir com relação à pandemia. (REP) A diferença na estrutura entre as escolas públicas e privadas também foi ressaltada pelos debatedores. Enquanto mais de 80% dos estabelecimentos particulares têm ventilação adequada, o número cai para 46% nos municipais e estaduais. Já o tamanho da sala de aula é adequado em mais de 94% das privadas e em 71% das públicas. Há, ainda, 4.325 escolas sem banheiro no país. Segundo o secretário de Educação Básica, Mauro Luiz Rabelo, o Ministério tem promovido ações para estimular a retomada das aulas presenciais, como discussões sobre educação híbrida e cursos de Aperfeiçoamento em Educação e Tecnologia. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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