Senado vai analisar projeto de lei de defesa do estado democrático para substituir LSN — Rádio Senado
Democracia

Senado vai analisar projeto de lei de defesa do estado democrático para substituir LSN

O Senado vai analisar um projeto de lei de defesa do estado democrático de direito (PL 1385/2021). A autora, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), diz que a nova norma vai substituir a Lei de Segurança Nacional, que segundo ela não respeita direitos constitucionais como a ampla defesa e ameaça a liberdade de expressão. A proposta define crimes contra a soberania e as instituições democráticas, como insurgência, golpe de estado,  espionagem, incitação ao crime e atentados contra os presidentes dos três poderes, entre outros.

23/04/2021, 17h14 - ATUALIZADO EM 23/04/2021, 17h24
Duração de áudio: 02:03
Leopoldo Silva/Agência Senado

Transcrição
LOC: O SENADO VAI ANALISAR UMA PROPOSTA DE GARANTIA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. LOC: A NORMA DEVE SUBSTITUIR A LEI DE SEGURANÇA NACIONAL, QUE VEM SENDO CRITICADA POR NÃO OFERECER DIREITO DE AMPLA DEFESA E LIMITAR A LIBERDADE DE EXPRESSÃO. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. TÉC: A Lei de Segurança Nacional foi editada em 1983 – ainda na ditadura – e há controvérsia sobre o que continua ou não valendo depois da Constituição de 88. Ela define crimes contra a “ordem política e social”, entre eles ameaçar autoridades e caluniar ou difamar os presidentes da República, do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal, acusando-os de crimes ou de atitudes prejudiciais à sua reputação. A senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, critica o uso da lei argumentando que ela não respeita direitos constitucionais como a ampla defesa e o contraditório, além de ameaçar a liberdade de expressão. Por isso ela apresentou uma proposta para substituir a norma por uma lei de defesa do Estado Democrático do Direito. Ela define os crimes contra a soberania e as instituições democráticas, como insurgência, golpe de estado, conspiração, traição, secessão, espionagem, atentado ao direito de manifestação, apologia ou incitação ao crime e coação de autoridades. Também será crime violar o direito de ir e vir, agredir ou atentar contra a vida dos presidentes dos três poderes, além do vice-presidente e do Procurador-Geral da República, com penas que podem chegar a 20 anos de prisão, se houver lesão corporal grave, e 30 no caso de morte. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, demonstrou apoio a uma modernização da Lei de Segurança Nacional. (Rodrigo Pacheco) Quando a pretexto da livre manifestação do pensamento, o direito de crítica, a liberdade de imprensa, se extrapola isso para pedir por exemplo um regime de exceção, ou a revogação da Constituição, ou o fechamento do Congresso, ou o fechamento do Supremo Tribunal Federal, essas são situações que precisam ser remediadas. Não me parece de fato que a Lei de Segurança Nacional tenha hoje esse condão, muito embora eu considere que não seja adequado desvalidar toda a lei enquanto não há uma lei mais moderna. (Repórter) As investigações dos crimes previstos na lei ficarão a cargo da Polícia Federal e a ação penal será iniciada pelo Ministério Público. Caso este não apresente a denúncia ou peça o arquivamento em 15 dias após tomar conhecimento do ato, qualquer cidadão poderá pedir o julgamento, além de partidos políticos com representação no Congresso, o presidente da República, as mesas da Câmara e do Senado, entidades nacionais de classe ou o conselho federal da OAB. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso.

Ao vivo
00:0000:00