Senado aprova regras de incentivo à participação feminina nas ciências — Rádio Senado
Educação

Senado aprova regras de incentivo à participação feminina nas ciências

O Senado aprovou um projeto (PL 398/2018) que determina que os sistemas de ensino incluam, em todos os níveis, ações para reduzir barreiras culturais para a participação feminina nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia, matemática, química, física e tecnologia da informação. A relatora, Soraya Thronicke (PSL-MS), aceitou uma sugestão para que as alunas de ensino superior que tiverem filhos ou adotarem crianças tenham mais 180 dias para concluírem o curso, sem prejuízos nas notas.

09/03/2021, 22h09 - ATUALIZADO EM 09/03/2021, 22h09
Duração de áudio: 02:28
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Transcrição
LOC: ALUNAS DO ENSINO SUPERIOR QUE TIVEREM FILHOS OU ADOTAREM CRIANÇAS PODERÃO TER SEIS MESES A MAIS DE PRAZO PARA CONCLUIR O CURSO. LOC: ESSA É UMA DAS MEDIDAS APROVADAS PELO SENADO NESTA TERÇA-FEIRA, PARTE DE UMA PROPOSTA PARA ESTIMULAR A PARTICIPAÇÃO FEMININA NO MEIO CIENTÍFICO. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. TÉC: O projeto da senadora Maria do Carmo, do Democratas de Sergipe, determina que os sistemas de ensino incluam, em todos os níveis, ações para reduzir barreiras culturais para a participação feminina nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia, matemática, química, física e tecnologia da informação. A relatora, Soraya Thronicke, do PSL de Mato Grosso do Sul, explicou que o foco é desenvolver e manter o interesse das alunas por esses campos de estudo, bem como acabar com o estereótipo de que os homens têm mais aptidão para essas áreas. (Soraya Thronicke) Exposição a oportunidades de aprendizagem iguais à do mundo real, como atividades extracurriculares, pesquisas de campo e outros, podem ajudar a inspirar e a manter o interesse das mulheres nesses campos. É importante que haja a familiarização delas, desde a infância, bem como assegurar que toda a experiência educacional, o processo de ensino e aprendizagem, os conteúdos e o ambiente, sejam livres de esteriótipos e de discriminação. (Repórter) Uma das formas de incentivar as meninas desde a infância a se interessarem por ciência, segundo a senadora, é mostrar o exemplo de mulheres que tiveram destaque no campo. O senador Zequinha Marinho, do PSC do Pará, deu o exemplo de uma biomédica de seu estado, Adriana Folador, que recebeu o prêmio Mulheres na Ciência da Unesco em 2019. (Zequinha Marinho) Ela venceu na categoria “Ciência da vida” com um estudo direcionado para a genética da resistência a antibióticos em pacientes e no meio ambiente da Amazônia. Reconhecimentos assim são valiosos mas torço para que cheguemos a um ponto de não mais precisar criar incentivos para uma igualdade que já deveria estar internalizada na nossa sociedade há tempos. (Repórter) Por sugestão de Fabiano Contarato, da Rede Sustentabilidade do Espírito Santo, as alunas de ensino superior que tiverem filhos ou adotarem crianças terão mais 180 dias para concluírem o curso, sem prejuízos nas notas. (Fabiano Contarato) Um dos grandes obstáculos à maior participação da mulher nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia, matemática e física, é a ausência de políticas que garantam que a mulher não será penalizada pela maternidade. Então no âmbito da educação superior, por exemplo, elas são exigidas a cumprirem um rigoroso prazo para conclusão desses cursos mesmo na hipótese de terem filhos. (Repórter) A proposta, que será analisada agora pela Câmara dos Deputados, prevê ainda que a Lei de Inovação tenha como princípio a participação feminina nas áreas científicas, além de linhas de crédito, educação financeira e apoio técnico para mulheres empreendedoras. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso. PLS 398/2018

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