Cloroquina só em pacientes graves e sob supervisão médica, diz Ministério — Rádio Senado
Pandemia

Cloroquina só em pacientes graves e sob supervisão médica, diz Ministério

O Ministério da Saúde autorizou o uso de cloroquina para tratamento da covid-19. No entanto, o medicamento só deve ser utilizado em casos graves da doença e em pacientes hospitalizados. A indicação é de cinco dias de tratamento. Repórter Regina Pinheiro.

26/03/2020, 17h40 - ATUALIZADO EM 26/03/2020, 17h48
Duração de áudio: 02:30
Foto: Marcelo Casal/Agencia Brasil
Marcelo Casal/Agencia Brasil

Transcrição
LOC: MINISTÉRIO DA SAÚDE AUTORIZA O USO DE CLOROQUINA PARA TRATAMENTO DA COVID-19. LOC: NO ENTANTO, O MEDICAMENTO SÓ DEVE SER UTILIZADO EM CASOS GRAVES DA DOENÇA. REPÓRTER REGINA PINHEIRO. TÉC: O Ministério da Saúde começou a distribuir aos Estados a Cloroquina e a Hidroxicloroquina para uso em pacientes com formas graves da Covid-19. Ainda não há evidências científicas suficientes que comprovem a eficácia do medicamento para casos de coronavírus. O uso será baseado em estudos que demonstram bons resultados na utilização em pacientes graves. A indicação é de cinco dias de tratamento, apenas para pacientes hospitalizados. Por isso, não deve haver uma corrida até as farmácias para a compra do remédio. Uma nova resolução da Anvisa colocou a Cloroquina e Hidroxicloroquina na lista de medicamentos que necessitam da Receita de Controle Especial em duas vias. A exceção à regra são os programas do governo que poderão distribuir os medicamentos sem a receita em duas vias. O médico infectologista Alexandre Cunha explica que ainda não há um tratamento específico para a Covid-19 e alerta sobre medicamentos que não devem ser utilizados. (Alexandre_medicamentos) “Não existe tratamento específico pra a infecção pelo novo Coronavírus. E parece que o uso de corticoide piora o prognóstico, mas isso ainda está sob estudo. Medicamentos experimentais também não devem ser utilizados fora de um protocolo de pesquisa clínica. (Rep) O portal da Anvisa informa que países como Estados Unidos, China, Japão e Coréia do Sul possuem pesquisas para desenvolver uma vacina contra o novo Coronavírus. O infectologista Alexandre Cunha ressalta que, para essa pandemia, a vacina não chegará e tempo: (Alexandre_vacina) “Uma vacina para ser desenvolvida, testada e liberada, vai demorar pelo menos um ano e meio. Provavelmente, vai ser muito pouco útil para essa pandemia. Talvez, se o Corona se estabelecer como um vírus persistente como o Influenza, por exemplo, o que talvez não aconteça, provavelmente não. A vacina quando chegar, já não vai ser mais útil. (Rep) No livro “Pandemias: a humanidade em risco”, o médico infectologista Stefan (Stéfan) Ujvari (Uivári) relata que em 2003, o vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave, Sars, sem ter como se reproduzir, se extinguiu. Sua disseminação foi controlada, mesmo antes do desenvolvimento de uma vacina, por meio do isolamento de doentes e cuidados para evitar a contaminação. A Sars matou, em média, 10% dos doentes. Enquanto não há uma vacina ou tratamento específico para a Covid-19, o melhor remédio é a prevenção, como a manutenção dos hábitos de higiene com a frequente lavagem das mãos com sabão ou higienização por álcool gel. Também é preciso manter o isolamento redobrar os cuidados com idosos, pessoas com doenças que diminuem a imunidade, gestantes e mulheres com pós-parto de até 45 dias. Além do fortalecimento das defesas do organismo por meio de uma alimentação saudável, ingestão de água e prática de exercícios.

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