CDH debate aposentadorias rurais e desigualdade social
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) promoveu mais uma audiência pública com o objetivo de debater a reforma da Previdência (PEC 6/2019), com foco na aposentadoria rural. Os convidados demonstraram preocupação em relação ao texto, que, para eles, não combate privilégios, além de agravar as desigualdades sociais. As informações são da repórter Lara Kinue, da Rádio Senado.

Transcrição
LOC: COM FOCO NAS APOSENTADORIAS RURAIS, A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS PROMOVEU MAIS UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER A REFORMA DA PREVIDÊNCIA.
LOC: A REPORTAGEM É DE LARA KINUE.
(Repórter) Os convidados ressaltaram que a Reforma da Previdência é um retrocesso e fere direitos adquiridos. O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, reafirmou que as mudanças não combatem privilégios e, na verdade, aumentam a desigualdade social.
(Paulo Paim) Eles vão tirar um trilhão dos mais pobres, porque desse um trilhão, 85% sai da camada que ganha de 1 a 2, no máximo três salários mínimos, que são os mais pobres que é do regime geral da Previdência. É uma moeda que deixará de circular e vai ser concentrada na mão daqueles que dominam efetivamente o país.
(Repórter) Paim ainda completou afirmando não acreditar que a Reforma solucionará os problemas do país.
(Paulo Paim) Eu quero ver se, como eles estão dizendo, que com a Reforma da Previdência vai ter mais investimento em educação, em saúde, em habitação, em saneamento básico, em emprego, em renda para nossa gente. Eu desafio com muita convicção de que não irá acontecer.
(Repórter) Antônia Ivoneide, representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST, classificou a Reforma da Previdência como uma grande injustiça e destacou que a aposentadoria é um direito conquistado pelos trabalhadores, em especial pelos trabalhadores rurais.
(Antônia Ivoneide) A aposentadoria, ela não é uma esmola, ela não é uma caridade que alguém tá fazendo para o trabalhador. É um direito que conquistou por quem trabalhou a vida toda e, no caso dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, a gente começou a trabalhar muito cedo, a gente começa a trabalhar com 7 anos, e essa reforma da Previdência tá trazendo para nós uma insegurança do que vai ser com a nossa vida.
(Repórter)Paulo Paim destacou que a CDH continuará com os debates sobre a Reforma da Previdência.