Especialistas divergem quanto ao impacto da Reforma da Previdência no mercado de trabalho — Rádio Senado
Audiência pública

Especialistas divergem quanto ao impacto da Reforma da Previdência no mercado de trabalho

Especialistas divergiram sobre impacto da reforma da Previdência (PEC 6/2019) no cenário de desemprego no país. O debate aconteceu na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) nesta segunda-feira (08). O presidente do colegiado, Paulo Paim (PT-RS), espera que o Senado não vote a reforma da Previdência de forma apressada. A reportagem é de Marcela Diniz, da Rádio Senado. Ouça o áudio com mais informações, da Rádio Senado. Ouça o áudio com mais informações.

08/07/2019, 13h57 - ATUALIZADO EM 08/07/2019, 15h01
Duração de áudio: 02:20
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública interativa para debater sobre: "Desemprego e Previdência". 

Mesa: 
técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), Clóvis Scherer; 
presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Paulo João Estausia; 
presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS); 
subsecretário do Regime Geral de Previdência Social do Ministério da Economia, Rogério Nagamine Costanzi; 
secretário adjunto de Relações de Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Pedro Armengol.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: A REFORMA DA PREVIDÊNCIA PODE AJUDAR A REVERTER O ATUAL QUADRO DE DESEMPREGO NO PAÍS? LOC: EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO, ESPECIALISTAS DERAM RESPOSTAS DISTINTAS PARA ESSA QUESTÃO. A REPORTAGEM É DE MARCELA DINIZ. (Repórter) A aposta do governo é a de que a Reforma da Previdência pode ajudar a reverter o quadro de desemprego – que hoje afeta mais de 13 milhões de brasileiros. De acordo com o subsecretário do regime geral da previdência, do Ministério da Economia, Rogério Nagamine, ao reduzir a dívida pública, a Reforma contribui para redução de juros e cria um cenário mais favorável aos investimentos e, consequentemente, para novas contratações: (Rogério Nagamine) A dívida bruta do governo geral passou de 50% do PIB para quase 80% num período de cinco anos. Se a gente mantiver essa trajetória, a gente vai chegar lá em 2023 com 100% do PIB e isso significa gastar mais com juros no futuro, então, um dos objetivos é que, com a nova previdência eu conseguiria estabilizar e até diminuir um pouquinho essa dívida pública. (Repórter) Mas, para o subsecretário Técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos, Clóvis Scherer, esse raciocínio não leva em conta um elemento sem o qual o mercado não se movimenta e, portanto, não gera empregos: o consumidor. Para Scherer, a Reforma diminuirá a renda dos brasileiros, em especial, dos mais pobres: (Clóvis Scherer) A preocupação que eu tenho é a de que essa estratégia que visa retomar o crescimento econômico com base em estabelecer condições favoráveis para os investidores esteja sendo feito a sacrifício da demanda agregada. Essa Reforma extrai um trilhão de reais, dos quais, 80% da camada mais pobre da população e que é um recurso que vai diretamente para o consumo. (Repórter) Ao lembrar que a reforma trabalhista também prometia ser solução para o desemprego no país, o presidente da CDH, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, defendeu cautela na avaliação positiva da reforma da previdência sobre o mercado de trabalho. E renovou o pedido aos senadores para que não votem a Reforma de forma apressada: (Paulo Paim) Só espero que o Senado não seja uma casa carimbadora, como foi na Reforma Trabalhista. Senado tem obrigação de, recebendo o que veio da Câmara, revisar de ponta a ponta e ajustar tudo aquilo que for possível. (Repórter) A PEC da Reforma passou pela Comissão Especial e a intenção do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é votar o texto antes do recesso parlamentar, que tem início em 18 de julho.

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