Feira do Livro de Brasília cancela participação de autores por falta de verba — Rádio Senado
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Feira do Livro de Brasília cancela participação de autores por falta de verba

A Feira do livro de Brasília cancela participação de autores por falta de verba. A organização da feira em nota publicada no site em pedido de desculpas pública afirma que tentou manter a programação até o último momento, mas que a falta de verba pública e privada não atendeu as expectativas iniciais da Feira. A reportagem é de Edson Gomes.

13/06/2019, 17h54 - ATUALIZADO EM 13/06/2019, 18h17
Duração de áudio: 04:17
agenciabrasilia.df.gov.br

Transcrição
LOC: FEIRA DO LIVRO DE BRASÍLIA CANCELA PARTICIPAÇÃO DE AUTORES POR FALTA DE VERBA. LOC: A ORGANIZAÇÃO DA FEIRA AFIRMA QUE TENTOU, SEM SUCESSO, MANTER A PROGRAMAÇÃO ATÉ O ÚLTIMO MOMENTO. A REPORTAGEM É DE EDSON GOMES. TÉC: “Em um momento onde as livrarias estão fechando, em que os investimentos privados são ainda pouco significativos e em que as políticas públicas do livro, da leitura e bibliotecas estão aquém do necessário, estamos conseguindo colocar de pé a trigésima quinta edição da Feira do Livro de Brasília”. Essas são as palavras da organização da Feira do Livro de Brasília, em pedido de desculpas público por não conseguir manter a programação devido à falta de verba para custear as despesas, inclusive o deslocamento de nomes da literatura brasileira à capital federal. Em nota publicada no site do evento, o Comitê Gestor afirma que tentou viabilizar a programação completa até o último momento, o que não foi possível. A Felib acontece desde de 1982 e é considerado o mais importante e tradicional evento literário do Centro-Oeste. O organizador geral da Feira, Theomo Martins, explica que houve tentativa com o governo e patrocínios privados para trazer os autores, mas as respostas não atenderam às expectativas iniciais do evento: (Theomo): No âmbito federal fomos muito bem recebido, o antigo ministério da cultura, o que foi encaminhado para ele em relação a emenda parlamentares que a gente havia dado, foi executado, a gente teve suporte, teve apoio para que isso desse certo. Em âmbito local a gente havia e tinha expectativa que algum recurso pudesse ser orientado pra cá, mas em algum momento não se confirmou dentro das expectativas de processo administrativo, e ai nesse aspecto se tornou inviável uma parte de recursos públicos e parte dos recursos privados. REP: Um dos objetivos da Feira é atender as escolas públicas carentes, inclusive colaborando no transporte dos alunos. A estudante Amanda do Vale, de 12 anos, estuda no Centro de Ensino Fundamental 1 do Riacho Fundo Dois, a 26 km do plano piloto. Para ela, é importante que estudantes de escolas públicas tenham esse acesso à Feira: (Amanda): acho que as meninas e os meninos virem ficam importantes para eles poderem aperfeiçoar a leitura, gostar mais dos livros e conhecer outros livros. Eu conheci livros que eu nunca imaginei na vida que existiam. REP: O professor de História da escola da 507 de Samambaia, Emanuel Monteiro, lamenta por seus alunos não terem conseguido o passeio à Feira: (Emanuel): a gente tem que se colocar no olhar deles para saber o que pode ser interessante, a gente percebe que o hábito da leitura está se perdendo, com essa nova juventude, muita tecnologia, então é tentar buscar um material acessível a eles, de uma linguagem que seja interessante para eles e não só para nós como professores. Eu queria que eles estivessem aqui, mas infelizmente não deu. REP: O funcionário público Jales Viana foi à Felib com seus dois filhos, de 6 e 2 anos. Para ele, a feira é uma oportunidade de tirar as crianças um pouco do mundo digital. (Jales): É até uma saída para esse momento que a gente vive de tanto recurso tecnológico, de você também tirar um pouco as criança do contato das telas, de celulares, de games e colocar eles para mergulhar no mundo da leitura, e incentivar essa imaginação deles que é muito fértil. REP: O autor brasiliense, Silas Araújo, relata que o corte de verba prejudica a divulgação e a organização da Feira. (Silas): toda vez que há um corte de verba em qualquer empreendimento, há um atraso, uma modificação no status do produto. Principalmente na divulgação. O que a gente observa é que sempre quando fala em literatura e leitura no brasil, o povo diz que é um país que está atrasado, que precisamos realmente investir nessa área. Ai a gente vai, luta por uma feira e no final a gente consegue com muito custo, e vai formando as parcerias. Ai durante a feira há cortes de verbas, quando há um corte nessa situação você deixa a programação um pouco de lado. Prejudica muito. Um momento como esse devia ter todo o investimento possível, e nunca pensar em cortar. REP: A organização da Feira do Livro de Brasília criou uma vaquinha online com o objetivo de arrecadar dinheiro para tentar, mais uma vez, viabilizar o transporte dos alunos da rede pública, além de custos com a programação pedagógica infantil e com a programação local. A Felib segue até o dia dezesseis de junho, ao lado da Biblioteca Nacional. Com supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Edson Gomes.

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