Comissão debate custo da violência para a economia — Rádio Senado
Crise de segurança

Comissão debate custo da violência para a economia

A Comissão de Assuntos Econômicos debateu nesta quarta-feira (5) os reflexos econômicos da crise de segurança pública no Brasil. Só com as mulheres que são obrigadas a se afastar do trabalho em decorrência da violência doméstica, a economia perde R$ 1 bi por ano. O senador Armando Monteiro (PTB-PE) destacou que o baixo percentual de resolução de crimes, especialmente de assassinatos, leva a uma descrença generalizada que atinge também a economia.

05/09/2018, 18h41 - ATUALIZADO EM 05/09/2018, 19h13
Duração de áudio: 02:16
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza audiência pública interativa para tratar sobre a questão orçamentária e os reflexos econômicos da crise da segurança pública.

Mesa:
professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, Leandro Piquet;
presidente eventual da CAE, senador Armando Monteiro (PTB-PE);
professor da Universidade Federal do Ceará, José Raimundo Carvalho.

À bancada, senador Pedro Chaves (PRB-MS).

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
LOC: O CUSTO DA CRIMINALIDADE PARA A ECONOMIA FOI O TEMA DE UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS. LOC: O PAÍS PERDE UM BILHÃO DE REAIS POR ANO SÓ COM O AFASTAMENTO DE MULHERES DO TRABALHO POR CAUSA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. REPÓRTER MAURÍCIO DE SANTI: TÉC: Além do impacto causado pelo afastamento do trabalho de mulheres vítimas de violência doméstica, a criminalidade afeta a economia de muitas outras maneiras. A falsificação e a pirataria provocam perdas bilionárias, como destacou o professor da Universidade de São Paulo Leandro Piquet. (Leandro Piquet) É comercializado geralmente no comércio de rua, tudo isso impacta a economia de São Paulo, onde os números estão disponíveis, em 2017, foram 15 bilhões de reais, uma situação bastante prejudicial para a atividade produtiva. (Maurício) Outro problema apontado na audiência pública foi o desperdício de esforços por falta de inteligência nas ações governamentais. Segundo o professor José Raimundo Carvalho, da Universidade Federal do Ceará, os governos do Norte e Nordeste negligenciaram o crescimento de uma nova rota do tráfico de drogas e hoje pagam o preço por um aumento recorde no número de homicídios. (José Raimundo Carvalho) Pelo menos cinco estados, juntando norte e nordeste, tiveram o mesmo diagnóstico equivocado, contrataram, então, planos equivocados e foram pegos totalmente despreparados ante essa crise, ante essa mudança da rota de droga, que entra agora pelo Solimões, sai espalhando a rota homicida e desemboca nos estados que vão mandar essa droga para o norte da África e da Europa, que são Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e etc. (Maurício) O senador Armando Monteiro, do PTB de Pernambuco, que presidiu a reunião, ressaltou que outro dado alarmante é o baixo percentual de resolução de crimes em quase todo o País. (Armando Monteiro) Em São Paulo, essa taxa alcança 38,6. No Mato Grosso do Sul, eu fiquei impressionado, 55%. No entanto, no Pará é 4%, no espírito Santo, 20. Em Pernambuco, nós estamos também em uma situação muito ruim, por exemplo, o monitor da violência tá indicando que 70 dos 106 casos registrados em Pernambuco não saíram ainda da fase de investigação da Polícia Civil. (Maurício) Já o senador Pedro Chaves, do PRB de Mato Grosso Sul, sugeriu o investimento em tecnologia de vigilância nas fronteiras para evitar a entrada de drogas, armas e produtos falsificados. Da Rádio Senado, Maurício de Santi.

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