Falta de consenso marca audiência sobre reajuste de planos de saúde — Rádio Senado
Assuntos Sociais

Falta de consenso marca audiência sobre reajuste de planos de saúde

Os representantes das operadoras de planos de saúde culparam o aumento de custos dos procedimentos médicos acima da inflação para justificar o reajuste das mensalidades. Eles citaram também que houve um aumento de 15%, nos últimos três anos, na quantidade de exames solicitados por consulta médica. Mas os representantes dos consumidores consideraram inadmissível responsabilizar os usuários pelo alto preço das mensalidades. A reunião foi presidida pela senadora Marta Suplicy (SP).

04/09/2018, 18h35 - ATUALIZADO EM 04/09/2018, 19h29
Duração de áudio: 02:21
Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realiza audiência pública interativa para debater o reajuste dos planos de saúde individuais e familiares em 2018 e 2019.

Mesa:
assessor jurídico da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), José Luiz Toro da Silva;
diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Leandro Fonseca da Silva;
presidente da CAS, senadora Marta Suplicy (MDB-SP);
secretária nacional de Relações de Consumo, da Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, Ana Lúcia Kenickel Vasconcelos.


Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
LOC: AS OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE CULPAM O AUMENTO DOS CUSTOS ACIMA DA INFLAÇÃO PARA JUSTIFICAR OS REAJUSTES DAS MENSALIDADES. LOC: O TEMA FOI DEBATIDO NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS NESTA TERÇA-FEIRA. REPÓRTER MAURÍCIO DE SANTI: TÉC: As operadoras alegam que a Agência Nacional de Saúde Suplementar autorizou um reajuste de 76 por cento nos últimos cinco anos, mas que os planos de saúde tiveram um aumento de custos de 117 por cento no mesmo período. Além disso, o envelhecimento da população, o aumento de 15 por cento, em três anos, da quantidade de exames solicitados por consulta e a incorporação de novas tecnologias aos tratamentos médicos encarecem ainda mais os serviços. E aí as mensalidades acabam subindo, como afirma o diretor da Federação Nacional de Saúde Suplementar, José Cechin: (JOSÉ CECHIN) As operadoras têm que pagar os médicos, tem que pagar os hospitais, as clínicas, os laboratórios, os prestadores, os terapeutas, os dentistas, tem que ser pagos. (MAURÍCIO) Mas o advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, Igor Rodrigues Brito, considera inaceitável culpar o usuário pelo aumento das mensalidades: (IGOR RODRIGUES BRITO) A mãe, o pai que leva o seu filho; o filho que leva o seu pai, sua mãe, sentindo dor, a um atendimento médico, ele submete a qualquer tipo de exame, qualquer cirurgia, qualquer tipo de tratamento que é indicado por aquele profissional da medicina que é credenciado por essa operadora. Então, transferir esse custo excessivo do gasto para os consumidores... é hora de a gente eliminar esse tipo de discurso. (MAURÍCIO): Para o diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar, Leandro Fonseca, as operadoras não podem atuar com foco exclusivamente no lucro: (LEANDRO FONSECA): Que a operadora não seja uma mera intermediadora financeira, que ela faça a gestão financeira da população. (MAURÍCIO): Para que isso seja possível, a presidente da Comissão de Assuntos Sociais, senadora Marta Suplicy, defende a racionalização dos procedimentos médicos, desde que isso não atrapalhe o tratamento: (MARTA SUPLICY): redução de custos sem obter o resultado para a melhoria da saúde dos pacientes essa não é a economia que o sistema deveria buscar. A qualidade do tratamento de saúde deve estar relacionada à solução do problema de saúde ao menor custo, seja para os planos privados, seja para o SUS. (MAURÍCIO): Uma das sugestões apresentadas para diminuir os custos é a criação de um prontuário eletrônico único e nacional para cada cidadão. Assim, antes de solicitar um exame, o médico da rede privada ou pública terá acesso a todo histórico do paciente e saberá avaliar melhor se o procedimento é mesmo necessário. Da Rádio senado, Maurício de Santi.

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