CDH debate baixa representatividade negra nas esferas de poder
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) debateu nesta quinta-feira (05) em audiência pública “O protagonismo negro nas 4 esferas de Poder”. Apesar de 56% da população brasileira ser formada por negros, segundo o IBGE, eles não ocupam, proporcionalmente, os espaços políticos. O vice-presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), defende um projeto de Nação mais inclusivo.
Transcrição
LOC: SEGUNDO O IBGE, A POPULAÇÃO BRASILEIRA É FORMADA POR CINQUENTA E SEIS POR CENTO DE NEGROS.
LOC: NO ENTANTO, A REPRESENTATIVIDADE NAS DIFERENTES ESFERAS DE PODER É REDUZIDA. O ASSUNTO FOI TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS, COMO INFORMA A REPÓRTER IARA FARIAS BORGES:
(Repórter) A audiência pública da Comissão de Direitos Humanos debateu o protagonismo negro nas instâncias de poder. O representante da Fundação Escola de Sociologia e Política, Tadeu Kaçula, informou que, nas assembleias legislativas, são 25 parlamentares entre os 1.060. A situação não é diferente nos municípios. Pouco mais de 1500 prefeitos negros distribuídos nas 5.570 cidades do Brasil e cerca de 24 mil vereadores entre os 58 mil existentes. Kaçula destacou que, no Supremo Tribunal Federal e nos governos dos estados, não há nenhum negro.
(Tadeu Kaçula) “Pensando numa sociedade em que nós somos hoje, segundo os últimos dados do IBGE, 56% da população brasileira, esse número não representa o tamanho quantitativo de negras e negros no país, que, de fato tinham que estar ocupando esses espaços de poder para fazer a transformação que o nosso povo precisa”.
(Repórter) Mais do que uma dívida histórica, é uma questão de justiça com essa parcela da população, disse a representante do PSOL do Distrito Federal, Keka Bagno. Ela lembrou o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, defensora dos direitos humanos.
(Keka Bagno) “Não dá para gente ficar silenciada. Somos silenciados há 518 anos. Não dá mais para a gente continuar com esse medo, com essa sensação de que estes espaços não podem ser nossos”.
(Repórter) O vice-presidente da CDH, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, disse que a falta de recursos para campanha dificulta a eleição de representantes da população negra. E defendeu um projeto de Nação mais inclusivo.
(Paulo Paim) “A importância de termos, de fato, um projeto de Nação que permita, efetivamente, a participação de todos – brancos, negros, índios, ciganos – e com respeito às diferenças”.
(Repórter) Também participaram do debate representantes da Procuradoria do Trabalho e de entidades atuantes na defesa da população negra.
RDH 176/2017