Ex-procurador afirma que Janot tentou derrubar Temer para impedir nomeação da atual PGR — Rádio Senado
CPI da JBS

Ex-procurador afirma que Janot tentou derrubar Temer para impedir nomeação da atual PGR

A CPI da JBS ouviu nesta terça-feira (17) o depoimento do ex-procurador Ângelo Goulart Vilela, acusado de receber propina da empresa para repassar informações sobre investigações em andamento. Ângelo Vilela negou ter praticado corrupção. E também disse que o Ex-procurador Geral da República Rodrigo Janot tentou derrubar o presidente Michel Temer para impedir a nomeação da atual procuradora, Raquel Dodge. O presidente da CPI, senador Ataídes Oliveira (PSDB – TO), defendeu que a Comissão deve sugerir mudanças nas regras de delação premiada, para evitar casos de vazamentos seletivos e direcionamento de depoimentos, por exemplo.

17/10/2017, 12h18 - ATUALIZADO EM 17/10/2017, 14h20
Duração de áudio: 02:32
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS ouve procurador federal acusado de ter atuado como infiltrado na força-tarefa da Operação Greenfield, do Ministério Público e da Polícia Federal, em troca do recebimento de suborno da empresa JBS. 

Mesa:
presidente da CPMI da JBS, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO);
 procurador federal Angelo Goulart Villela.

Foto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: A CPI DA JBS OUVIU NESTA TERÇA-FEIRA O DEPOIMENTO DO PROCURADOR ÂNGELO GOULART VILELA, ACUSADO DE RECEBER PROPINA DA EMPRESA PARA REPASSAR INFORMAÇÕES SOBRE INVESTIGAÇÕES EM ANDAMENTO. LOC: ÂNGELO VILELA NEGOU TER PRATICADO CORRUPÇÃO. E TAMBÉM DISSE QUE O EX-PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA RODRIGO JANOT TENTOU DERRUBAR O PRESIDENTE MICHEL TEMER PARA IMPEDIR A NOMEAÇÃO DA ATUAL PROCURADORA, RAQUEL DODGE. REPÓRTER GEORGE CARDIM. (Repórter) O procurador federal Ângelo Goulart Villela ficou preso por 76 dias e foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de justiça e violação do sigilo funcional por ter repassado informações ao grupo JBS sobre investigações em andamento da Operação Greenfield. Em troca, segundo o dono da JBS, Joesley Batista, o procurador receberia um suborno mensal de 50 mil reais da empresa. Em depoimento na CPI da JBS, Ângelo Villela negou ter agido como infiltrado da força tarefa ou praticado qualquer ato de corrupção. Ele também criticou o acordo de delação premiada fechado pela PGR com a JBS e seus donos, os irmãos Batista, e disse que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot devia saber das negociações. Para Ângelo Villela, Rodrigo Janot agiu politicamente e tinha pressa para derrubar o presidente Michel Temer e barrar a indicação da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, sua adversária política dentro da PGR. (Ângelo Villela) “Não há a menor chance de Rodrigo Janot não ter atuado de forma política pra derrubar o presidente da República com vista de impedir de indicar a doutora Raquel Dodge. E ele precisava derrubar o presidente em relação a isso. Isto pra mim é claro, cristalino” (Repórter) O presidente da CPI, senador Ataídes Oliveira, do PSDB de Tocantins, defendeu que a Comissão deve sugerir mudanças nas regras de delação premiada, para evitar casos de vazamentos seletivos e direcionamento de depoimentos, por exemplo. (Ataídes Oliveira) “Há uma zona cinzenta no instituto de delação premiada, o qual tem a minha admiração. Mas nós vamos ter que olhar onde esta área, esta região realmente obscura. E eu tenho certeza trará coisas boas neste sentido” (Repórter) Os senadores e deputados da CPI devem ouvir nesta quarta-feira representantes da JBS e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica sobre possíveis irregularidades nos empréstimos do BNDES para a empresa.

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