CDH debate impactos das reformas trabalhista e previdenciária nos trabalhadores do campo
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) debateu nesta segunda-feira (05) as reformas trabalhista (PLC 38/2017) e previdenciária (PEC 287/2016) e os impactos delas nos trabalhadores do campo.
A audiência começou com a exibição de um vídeo em que o senador Paulo Paim (PT – RS) passa um dia como trabalhador de uma pequena propriedade rural. Paim, que é o vice-presidente da CDH, aceitou um desafio feito nas redes sociais pela produtora rural Juliane Schneider da Silva, da cidade gaúcha de Selback.
Transcrição
LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DEBATEU NESTA SEGUNDA-FEIRA AS REFORMAS TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA E OS IMPACTOS DELAS NOS TRABALHADORES DO CAMPO.
LOC: TRABALHADORES RURAIS E ENTIDADES REPRESENTATIVAS DE AGRICULTORES PARTICIPARAM DA AUDIÊNCIA PÚBLICA. DETALHES COM O REPÓRTER BRUNO LOURENÇO.
(Repórter) A audiência começou com a exibição de um vídeo em que o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, passa um dia como trabalhador de uma pequena propriedade rural. Paim, que é o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, aceitou um desafio feito nas redes sociais pela produtora rural Juliane Schneider da Silva, da cidade gaúcha de Selback. Juliane falou que antes de mexer nas regras trabalhistas e previdenciárias, os parlamentares deveriam conhecer a realidade do trabalho no campo. O desafio já tem mais de sete milhões de visualizações e 200 mil compartilhamentos. Paim contou que começou o trabalho quando ainda era noite, e que já estava esgotado antes do final da manhã. Ele apontou que precisou de ajuda, por exemplo, para carregar um cesto com alimento para os animais, um trabalho feito sozinho pela agricultora todos os dias.
(Paulo Paim) Isso aí já é mais ou menos 6, 6h15. Queriam que eu ficasse o dia inteiro nessa lida. De jeito nenhum, dez e meia, onze horas eu me entreguei. Ela carrega aquilo ali sozinha. Como é o nome? Silagem.
(Repórter) Juliane Schneider disse na CDH que se a agricultura é o grande motor do país ela não pode ser desestimulada.
(Juliane Schneider) A agricultura é o alicerce do país. Porque se você mexer com Alicerce do país com certeza mais tarde vai sucumbir, porque isso aí com os anos os jovens não estão mais querendo ficar no campo.
(Repórter) Os participantes da audiência pública também manifestaram preocupação com projeto de lei em debate na Câmara dos Deputados que seria uma CLT do trabalho rural. Segundo a representante do MST, Jordana Ribeiro de Ávila, a proposta seria a regularização do trabalho escravo nas fazendas.