Senadores defendem que Temer cometeu crime de prevaricação

Transcrição
LOC: SENADORES DEFENDERAM EM PLENÁRIO QUE O PRESIDENTE TEMER COMETEU CRIME DE PREVARICAÇÃO AO OUVIR E NÃO COMUNICAR ÀS AUTORIDADES POLICIAIS OS CRIMES PRATICADOS PELO DONO DA JBS. LOC: OS AÚDIOS DIVULGADOS PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REVELAM QUE O EMPRESÁRIO TENTOU OBSTRUIR AS INVESTIGAÇÕES NA JUSTIÇA. REPÓRTER GEORGE CARDIM. (Repórter) Para os senadores, o presidente da República, Michel Temer, cometeu o crime de prevaricação ao deixar de comunicar à polícia ou ao Ministério Público os crimes relatados pelo empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS. Na gravação divulgada pelo Supremo Tribunal Federal, Joesley informa que tinha aliciado dois juízes e infiltrado um procurador na operação Greenfield, que investiga fraudes nos fundos de pensão. O objetivo era obstruir o trabalho da justiça. A senadora Vanessa Grazziotin, do PC do B do Amazonas, considerou grave que o presidente não tenha coibido os crimes narrados. (Vanessa Grazziotin) “é muito grave. Nós elencamos aqui os crimes em que ele pode estar enquadrado: crime de prevaricação, crime de obstrução de Justiça, de conivência, no mínimo, porque não pode alguém ouvir tudo que ouviu e aceitar. (Repórter) O senador Cristóvam Buarque, do PPS do Distrito Federal, disse que o encontro de Temer com o empresário no Palácio do Jaburu não foi decente e avaliou que o presidente prevaricou ao deixar de informar um crime que presenciou ou teve conhecimento. (Cristovam Buarque)“no que ser refere à prevaricação, de fato houve. O Presidente ao ouvir certas coisas ali deveria ter tomado alguma providência. O Presidente não recebe empresários sob suspeita às 10 da noite, fora da agenda. Isso é uma questão de recato” (Repórter) Os senadores de oposição também voltaram a defender uma mudança na Constituição para eleger um novo presidente da República, caso Temer seja afastado ou renuncie. No entanto, o senador José Medeiros, do PSD de Mato Grosso, teme prejuízos para o país durante uma eventual disputa eleitoral. (José Medeiros) “Vamos passar três meses com o País sangrando e as pessoas num debate fratricida acusando um ao outro / Como é que vai ficar a economia do Brasil? Como é que vão ficar as pessoas no meio desse debate?" (Repórter) A Presidência da República divulgou uma nota oficial afirmando que Michel Temer não acreditou na veracidade das declarações feitas pelo empresário Joesley Batista, que parecia contar vantagens.