Educadores e representantes de conselhos de educação divergem sobre mudanças no currículo do ensino médio

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LOC: EDUCADORES E REPRESENTANTES DE CONSELHOS DE EDUCAÇÃO DIVERGIRAM EM RELAÇÃO ÀS QUESTÕES DO AUMENTO DA CARGA HORÁRIA E DAS MUDANÇAS NO CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO. LOC: NESTA QUARTA-FEIRA, ACONTECEU A SEGUNDA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER A MEDIDA PROVISÓRIA SETE QUATRO MEIA, CONHECIDA COMO MP DO ENSINO MÉDIO. REPÓRTER THIAGO MELO. (Repórter) Para o presidente do Conselho Nacional de Educação, Eduardo Deschamps, o problema da educação no Brasil começa no ensino fundamental. Ele disse que a MP supre a necessidade de mudanças estruturais na educação para conseguir alcançar melhores resultados, especialmente no ensino médio. (Eduardo Deschamps) Não é possível que o Brasil fique na contramão, quando o mundo inteiro trabalha com estruturas diferenciadas no ensino médio e o Brasil continua insistindo num modelo único e padrão para todos. De fato, o ensino médio brasileiro, por conta dos resultados aponta a necessidade de uma revisão, de uma reformulação. (Repórter) Já o professor Moacir Alves Carneiro lamentou as mudanças propostas pela MP. Ele criticou o trecho da medida que permite a contratação de professores sem diploma específico, mas com notório saber. (Moacir Alves) Agora, vem a nós a ameaça de bipartir o ensino médio, são dois currículos, dois tempos, dois processos de avaliação, duas formações de professores. (Repórter) O relator da MP, senador Pedro Chaves, do PSC de Mato Grosso do Sul, já garantiu que o relatório final vai sugerir mudanças em relação à carga horária exigida e em relação à retirada de disciplinas como Artes e Educação Física da grade curricular obrigatória. Segundo Pedro Chaves, as mudanças atendem a pedidos de parlamentares que se posicionaram contra o texto original. (Pedro Chaves) Eu penso que isso vai ao encontro na verdade da própria oposição que estavam reivindicando, e era a ponderação dos alunos, é a ponderação do próprio relatório que vinha da Câmara Federal. Isso realmente não conflita e compatibiliza todos esses interesses. De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, usado para medir a qualidade do ensino no Brasil, o ensino médio teve o pior resultado se comparado às séries iniciais e finais do ensino fundamental. A meta para 2015 era de 4.3, mas o índice alcançado foi de 3.7.