Senadores repercutem decisão de não suspender direitos políticos de Dilma — Rádio Senado
Julgamento do Impeachment

Senadores repercutem decisão de não suspender direitos políticos de Dilma

31/08/2016, 20h21 - ATUALIZADO EM 31/08/2016, 20h21
Duração de áudio: 03:11
Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa extraordinária para votar a Denúncia 1/2016, que trata do julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff por suposto crime de responsabilidade. 

Geral da bancada.

Foto: Pedro França/Agência Senado
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
LOC: A DECISÃO DE CONDENAR DILMA ROUSSEFF SEM RETIRAR A POSSIBILIDADE DE SE CANDIDATAR NOVAMENTE REPERCUTIU ENTRE OS SENADORES. LOC: O GESTO FOI VISTO COMO UMA TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO POR ALGUNS, ENQUANTO OUTROS APONTARAM DESEJO DE DESESTABILIZAR O NOVO GOVERNO. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. (Repórter) Os senadores ficaram divididos sobre a decisão de votar separadamente a perda do mandato e a inabilitação para assumir cargos públicos de Dilma Rousseff. Dos 81 parlamentares, 61 votaram pela aprovação do impeachment. Mas, apenas 42 optaram para que ela ficasse inabilitada ao exercício de função pública. Entre os 16 senadores que se posicionaram de forma diferente nesta segunda votação, está o senador Edison Lobão, do PMDB do Maranhão: (Edison Lobão) “Não se praticou a crueldade de retirar dela o direito de trabalhar e de viver. Eu não poderia votar de maneira diferente em relação a nenhum brasileiro.” (Repórter) O senador João Capiberibe, do PSB do Amapá, disse que, na ausência de uma alternativa mais consensual, essa seria uma forma de conciliação no campo político. (João Capiberibe) “Fomos para o confronto, para o embate. Mas nós não podemos esquecer o amanhã. Não basta derrotar? É preciso esmagar? Eu tenho certeza de que não é isso o que pensa este Plenário. Eu acho que é a hora de estender a mão conciliadora.” (Repórter) Já a senadora Kátia Abreu, do PMDB de Tocantins, fez um apelo em função das contas da aposentadoria da ex-presidente. (Kátia Abreu) “Pelo fator previdenciário, ela tem 68 anos de idade. Com 34 anos de contribuição, ela alcança a pontuação de 104. Com 85, ela já se aposentaria; e vai se aposentar com cerca de R$5 mil. Então, a Presidente Dilma precisa continuar trabalhando para poder suprir as suas necessidades.” (Repórter) Porém, o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima, da Paraíba, ressaltou que o Senado não poderia mudar a Constituição através de um destaque. E questionou a possibilidade de Dilma Rousseff ocupar cargos públicos. (Cássio Cunha Lima) “A presidente Dilma está afastada do cargo mas habilitada não apenas para disputar a eleição de 2018, vai começar a fazer campanha a partir de amanhã, como também a ocupar qualquer cargo em qualquer parte do Brasil. Ou seja o princípio constitucional da preservação do setor público e da ação preventiva, foi rasgado por um terço dos senadores.” (Repórter) O senador José Agripino, do Democratas do Rio Grande do Norte, analisou que a decisão afeta a coalizão da base do Governo. (José Agripino) “Uma inquietação, não tenha nenhuma dúvida. Ou você tem uma posição monolítca da base, de todos os partidos seguindo a orientação de um governo, e é preciso que se entenda que o Governo está começando realmente é agora, o você não vai ter sustentação política permanente e partidária de um Governo que tem como missão salvar o Brasil.” (Repórter) A senadora Vanessa Grazziotin, do PC do B do Amazonas, avaliou que a rejeição da inabilitação é irrelevante diante da aprovação do impeachment. (Vanessa Grazziotin) “O ponto relevante nós perdemos, porque ela perde seu mandato, tiram-lhe o mandato, sem que ela tivesse cometido crime nenhum. E eles sabem, o Brasil sabe, o mundo sabe disso. Foi um processo que prevaleceu o desejo dessa maioria circunstancial que eles formaram.” (Repórter) A decisão permite a Dilma Rousseff se candidatar para cargos eletivos e também exercer outras funções na administração pública

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