Dia Internacional da Mulher marca a luta do gênero por mais direitos — Rádio Senado
Dia Internacional da Mulher

Dia Internacional da Mulher marca a luta do gênero por mais direitos

07/03/2016, 17h36 - ATUALIZADO EM 06/06/2024, 09h44
Duração de áudio: 03:27

Transcrição
LOC: O DIA INTERNACIONAL DA MULHER, COMEMORADO NO DIA 8 DE MARÇO, MARCA A LUTA DO GÊNERO POR MAIS DIREITOS. DIREITO A MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO, O FIM DA VIOLÊNCIA, A IGUALDADE DE SALÁRIOS. LOC: MAS VOCÊ SABE COMO E PORQUE A DATA FOI CRIADA? QUEM TRAZ AS INFORMAÇÕES É A REPÓRTER PAULA GROBA. TÉC (Repórter) No final do século 19, a compositora e maestrina Chiquinha Gonzaga marcava a história da cultura brasileira e da luta por liberdades no país. Chiquinha foi pioneira ao inserir a mulher no meio artístico, numa sociedade patriarcal da época. E assim como a compositora brasileira, que buscava ampliar os espaços femininos na sociedade, milhares de outras mulheres já se movimentavam pelo mundo, em busca de direitos sociais. Muita gente atribui a criação do Dia Internacional da Mulher ao episódio ocorrido em 1911, em Nova York, quando cerca de 130 operárias morreram durante um incêndio numa fábrica têxtil. Mas, apesar de o fato ter marcado a história, as movimentações femininas que culminaram na criação da data começaram muito antes do incêndio, segundo a historiadora Ana Izabel Gonzalez, no livro “As origens e a comemoração do Dia Internacional das Mulheres”. Vários estudos registram protestos de mulheres, principalmente da classe operária, por melhores condições de trabalho, desde o século 19, em países da Europa e nos Estados Unidos. Mas a criação de uma data para celebrar o Dia Internacional da Mulher, segundo a socióloga e professora da USP, Eva Blay, partiu da líder comunista alemã Clara Zetkin, em 1910, durante um Congresso Internacional de Mulheres Socialistas. A professora de sociologia da Universidade de Brasília, Lourdes Maria Bandeira, afirma que a líder comunista teve a ideia após a eclosão de várias manifestações de trabalhadoras a partir de 1903, até o ano de 1909. Os protestos sempre reivindicavam melhores condições de trabalho. (LOURDES) Crises industriais de 1907 e 1909, onde elas conseguiram discutir a questão das horas de trabalho e elas também se insurgiram contra a redução dos salários. (Repórter) Para a consultora do Senado, especialista em Direitos Humanos e igualdade de gênero, Roberta Viegas, o Dia Internacional da Mulher traz um simbolismo importante, pois marca avanços e reflexões sobre o que ainda deve ser alcançado. (ROBERTA) Esse dia, especificamente o dia 8, mais além da importância histórica dele, a função dele continua sendo pra que todos possam falar sobre isso. É um marco simbólico de concentração de forças, simboliza os avanços e os retrocessos. A data é um balanço anual dos ganhos, mas também das necessidades de conquista. (Repórter) De acordo com a Procuradora da Mulher, senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas, apesar de alguns direitos adquiridos, como o direito ao voto, as mulheres brasileiras ainda continuam reivindicando melhores condições de trabalho, igualdade em remunerações, entre outros direitos. E no mês de março o debate sobre os temas relacionados à mulher é sempre intensificado. (VANESSA) Trabalhamos fora, mais de 30% das famílias são mantidas exclusivamente por mulheres. Somos metade da força de trabalho, temos um nível de escolaridade superior que os homens, mas ganhamos menos do que eles. E ainda acumulando toda essa tripla jornada de trabalho, então é muito difícil. (Repórter) De acordo com dados do IBGE, a diferença média entre os salários de homens e mulheres no país, com carga horária 40 horas por semana, é de 20,32%. Da Rádio Senado, Paula Groba.

Ao vivo
00:0000:00