Política de acolhimento aos imigrantes haitianos deve ser intensificada — Rádio Senado
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Política de acolhimento aos imigrantes haitianos deve ser intensificada

A política brasileira de acolhimento aos imigrantes haitianos veio para ficar e deve ser intensificada. Foi o que garantiram representantes do governo federal, nesta segunda-feira em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

Segundo o embaixador Carlos Simas Magalhães, a política de acolhimento dos haitianos deverá ser intensificada até atingir uma média de dois mil vistos humanitários por mês. Para o senador Jorge Viana (PT-AC) o Acre, a principal porta de entrada dos imigrantes haitianos, já recebeu mais de 40 mil imigrantes em três anos.

03/08/2015, 13h56 - ATUALIZADO EM 03/08/2015, 14h53
Duração de áudio: 02:01
Geraldo Magela / Agência Senado

Transcrição
LOC: A POLÍTICA BRASILEIRA DE ACOLHIMENTO AOS IMIGRANTES HAITIANOS VEIO PARA FICAR E DEVE SER INTENSIFICADA. LOC: FOI O QUE GARANTIRAM REPRESENTANTES DO GOVERNO FEDERAL NESTA SEGUNDA-FEIRA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. TÉC (Repórter) Desde o terremoto no Haiti em 2010, milhares de haitianos buscam melhores condições de vida no Brasil, e aqueles que não conseguem a documentação acabam sujeitos à máfia dos coiotes. O embaixador Carlos Simas Magalhães disse que a política de acolhimento dos haitianos não vai ser modificada. Ao contrário, deve se intensificar até atingir uma média de dois mil vistos humanitários por mês. (Carlos Simas Magalhães) A nossa política de acolhimento que não está sendo modificada nem vai ser suspensa. É bom que eles tenham consciência de que a política não vai mudar e que é muito preferível esperar um ou dois meses a mais e obter um visto no consulado brasileiro do que se meter na mão dessas redes de traficantes conhecidos. (Repórter) Alix Georges, haitiano que veio para o Brasil em 2006, revelou a preocupação com uma onda de preconceito provocada por uma imagem distorcida dos imigrantes. (Alix Georges) Eu fiquei muito feliz e muito aliviado em ouvir do embaixador que a política do Brasil não vai mudar, porque a nossa preocupação “Meu Deus, daqui a pouco o haitiano vai ser um cara perseguido aqui no Brasil”. Por que vende-se muito essa questão da sociedade brasileira achar que o haitiano veio para roubar o emprego dele. Parte da imprensa mostra que é um monte de gente que tá vindo, invadindo o País. (Repórter) O senador Jorge Viana, do PT do Acre, destacou que essa interpretação negativa do acolhimento também afeta seu estado, a principal porta de entrada dos imigrantes haitianos. (Jorge Viana) Que estado brasileiro está preparado para receber 40 mil imigrantes em três anos? Alguém se propõe? Se algum estado brasileiro se propor a receber, eu faço um desafio: recebam, experimentem. O nosso estado recebeu. O Acre recebeu. E até agora não houve um elogio ao governador Tião Viana. Houve ação na Justiça, houve tentativa de desmoralização nas capas da grande imprensa nacional por pura desinformação. (Repórter) O presidente da Comissão de Direitos Humanos, Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul – estado que também tem acolhido haitianos –, disse que é preciso dar atenção àqueles que já estão no Brasil, para evitar que se coloquem em situações de risco como trabalho análogo à escravidão. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso.

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