Começa campanha "16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher" — Rádio Senado

Começa campanha "16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher"

LOC: CAMPANHA 16 DIAS DE ATIVISMO PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER COMEÇA NESTA QUINTA-FEIRA. SESSÃO SOLENE DO CONGRESSO NACIONAL ANTECIPA DEBATE.  

LOC: NO MUNDO, A CAMPANHA COMEÇA NO DIA 25 DE NOVEMBRO, MAS NO BRASIL A DATA FOI ALTERADA PARA COINCIDIR COM O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, COMEMORADO NO DIA 20. REPÓRTER JEFFERSON DALMORO. 

TÉC: A campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher foi lançada em 1991 pelo Centro de Liderança Global de Mulheres. O objetivo é debater e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. A procuradora da mulher no Senado Federal, Vanessa Grazziotin, do PC do B do Amazonas, informou que 23% mulheres do Brasil estão sujeitas à violência doméstica, sendo a principal causa das mortes e mutilações entre 16 e 44 anos de idade. Vanessa citou a lei Maria da Penha como um fato importante para o combate à violência contra as mulheres. Como obstáculo, a senadora citou a impunidade. 

(Vanessa) Observamos que o número de denúncias tem aumentado, porém ainda nos defrontamos com um obstáculo, um grande obstáculo que beneficia os agressores a impunidade. Outro fator que desestimula as vítimas que poderiam denunciar é que o Poder Judiciário processa os casos com muita lentidão e há juízes que expõem todo o seu preconceito preferindo as tentativas de conciliação apesar das evidências de abusos sofridos pelas mulheres no lar. 

(REPÓRTER) A senadora Marta Suplicy, do PT de São Paulo, acrescentou que a lei Maria da Penha já mudou o panorama, mas ainda há muito a ser feito. Para isso, a senadora cobrou que a justiça aja e puna atos de violência contra a mulher. 

(Marta) É preciso ter uma rede de apoio às vítimas, como também policiais que apurem inquéritos que sejam levados adiante de modo a intensificar a atuação das delegacias de mulher. Eu destaco ainda a disposição das autoridades judiciárias em cada caso de forma a manter a credibilidade da justiça no país. Uma justiça que tem que agir e que tem que punir. 

(REPÓRTER) A senadora Vanessa Grazziotin comunicou que a bancada feminina vai tentar colocar na pauta do Plenário do Senado durante o período da campanha o projeto que tipifica o feminicídio, que é o assassinato de mulheres por razões de gênero. Grazziotin lembrou que a proposta já passou pelas comissões e aguarda a votação no Plenário. 

(Vanessa) A tipificação do crime é o reconhecimento de que as mulheres são mortas por razão de serem mulheres, evitando com isso interpretações jurídicas anacrônicas como o tal do crime passional. E a partir dessa sessão iremos dialogar com o presidente Renan Calheiros pra que nesse período a gente possa ver mais um projeto aprovado no Plenário da Casa. 

(REPÓRTER) O período escolhido para a mobilização se inicia em 25 de novembro e termina em 10 de dezembro. O dia 25 é o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, e 10 de dezembro o Dia Internacional dos Direitos Humanos. No Brasil, o início da campanha foi antecipado para o dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Dessa forma, a proposta é fazer uma vinculação entre a luta pela não violência contra as mulheres e a defesa dos direitos humanos. Hoje, cerca de 150 países participam da iniciativa. No Brasil, a campanha está presente desde o ano de 2003.
19/11/2014, 11h28 - ATUALIZADO EM 19/11/2014, 11h28
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