CDH promoverá 6º debate sobre regulamentação do uso da maconha — Rádio Senado

CDH promoverá 6º debate sobre regulamentação do uso da maconha

LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO VAI PROMOVER NA SEGUNDA-FEIRA O SEXTO DEBATE SOBRE A REGULAMENTAÇÃO DO USO DA MACONHA. 

LOC: DESTA VEZ, OS CONVIDADOS REPRESENTAM SETORES QUE NÃO ADMITEM NENHUMA HIPÓTESE DE LIBERAÇÃO DA DROGA, NEM MESMO PARA FINS MEDICINAIS. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. 

(Repórter) Desde o início de junho, a Comissão de Direitos Humanos vem debatendo uma sugestão popular de um projeto para regulamentar o uso recreativo, medicinal e industrial da maconha, apresentada por meio do portal e-cidadania, com 20 mil assinaturas de apoio. A comissão debateu a liberação da maconha sob o enfoque da legislação, da ciência e saúde pública, violência e impactos no Judiciário e no sistema penal. Desta vez, os senadores vão receber convidados que não admitem nenhuma hipótese de uso da droga, nem mesmo para fins medicinais. A aceitação para uso médico vem sendo discutida nas audiências, e convidados vieram falar sobre a necessidade da droga para tratamento dos sintomas de epilepsia, câncer e Aids. Em abril deste ano, a ONU divulgou relatório que sugere pela primeira vez a descriminalização do consumo de drogas, como forma de redistribuir recursos para o tratamento de dependentes, facilitar a reabilitação e também esvaziar as prisões. Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal, que é relator da sugestão, disse que há ainda muitas dúvidas sobre se a legalização da droga iria diminuir ou não o crime e o número de usuários. Mas crê que já tem argumentos para admitir o uso medicinal da droga. 

(Cristovam Buarque) Não dá para deixar tanta gente sofrendo por causa de um preconceito sobre o uso de uma droga, embora tenha de se perguntar como é que ela vai ser produzida. Vai ser produzida em uma farmácia, como o remédio que se toma para dor, que veio do ópio, que é proibido como droga, mas que é usado como matéria-prima? E aqueles que usam maconha para se protegerem durante os tratamentos de quimioterapia, que têm de tomar o chá? A gente vai deixá-los produzir ou não? Tudo isso exige reflexão. 

(Repórter) Os representantes de setores contrários à legalização convidados para a sexta audiência são Aníbal Gil Lopes, padre da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o psiquiatra Marcos Zaleski e Ana Cecília Marques, presidente da Associação Brasileira do Estudo do Álcool e outras Drogas. Ainda estão previstos mais dois debates, antes de Cristovam apresentar seu relatório.
10/10/2014, 04h03 - ATUALIZADO EM 10/10/2014, 04h03
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