PL cria adicional por tempo de serviço para quem ganha até dois salários — Rádio Senado

PL cria adicional por tempo de serviço para quem ganha até dois salários

LOC: QUEM GANHA MENOS DE DOIS SALÁRIOS MÍNIMOS PODERÁ RECEBER UM ADICIONAL AUTOMÁTICO POR TEMPO DE SERVIÇO. 

LOC: É O QUE DIZ PROJETO DE LEI QUE AGUARDA VOTAÇÃO NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. 

TÉC: O adicional por tempo de serviço foi proposto pelo senador Antônio Carlos Valadares, do PSB de Sergipe. Ele defende o benefício por entender que seria uma forma de garantir um progresso contínuo na renda de pessoas que, apesar de terem um emprego formal, se encontram no patamar salarial mais baixo. O projeto de lei diz que a cada três anos de trabalho, o empregado que recebe salário igual ou inferior a dois salários mínimos passará a ter direito ao adicional, correspondente a 5% (cinco por cento) de seu salário básico. A iniciativa já passou pela Comissão de Assuntos Econômicos, onde foi rejeitada. O relator na CAE, senador João Vicente Claudino, do PTB do Piauí, disse que o adicional poderia acabar, na verdade, prejudicando esses empregados. 

(CLAUDINO) Nessa faixa de renda, o nível de qualificação é baixo, sendo que esses empregados são facilmente substituíveis. Ao contrário do que preconiza a própria justificação da proposição, esta, se aprovada, agravará em muito o problema da rotatividade no mercado de trabalho, prejudicando fortemente a produtividade brasileira. 

(REPÓRTER): Mas na Comissão de Assuntos Sociais o relator, senador Paulo Paim, do PT gaúcho, recomenda a aprovação do adicional por tempo de serviço. Paim diz que o benefício poderá ajudar o empregador a reter mão-de-obra, já que o funcionário não vai querer trocar de emprego pois perderia parte do salário. O senador Armando Monteiro, do PTB de Pernambuco, no entanto, apresentou voto em separado pedindo a rejeição da proposta. Monteiro argumenta que o custo extra representará um incentivo para a substituição do trabalhador mais antigo por alguém mais novo, sem o adicional. O senador teme que isso aumente ainda mais a rotatividade da mão-de-obra no Brasil, que já ultrapassa as 15 milhões de demissões ao ano.
09/10/2014, 01h25 - ATUALIZADO EM 09/10/2014, 01h25
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