Comissões debatem na 3ª pesquisa sobre tolerância à violência contra mulher — Rádio Senado

Comissões debatem na 3ª pesquisa sobre tolerância à violência contra mulher

LOC: AS COMISSÕES DE ASSUNTOS SOCIAIS E DE DIREITOS HUMANOS VÃO DEBATER NESTA TERÇA-FEIRA, ÀS ONZE DA MANHÃ, PESQUISA DO IPEA SOBRE A TOLERÂNCIA SOCIAL À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES.

LOC: A PESQUISA TEVE GRANDE REPERCUSSÃO NA MÍDIA AO APONTAR QUE A MAIORIA DOS BRASILEIROS ACREDITAVA QUE MULHERES QUE USAM ROUPAS QUE MOSTRAM O CORPO MERECIAM SER ATACADAS. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. 

TÉC: O estudo motivou protestos nas redes sociais e inúmeras reportagens ao dizer que 65% dos brasileiros teriam dito que as mulheres que usam roupas que mostram o corpo mereciam ser atacadas. E gerou nova polêmica após o Ipea reconhecer erro na pesquisa. Na verdade, 26%, um em cada quatro brasileiros, acreditam que as mulheres que mostram o corpo merecem ser atacadas. Apesar de mostrar que a maioria da população não concorda com a violência contra mulheres que usam roupas curtas, o percentual ainda preocupa os senadores, como a presidente da Comissão de Direitos Humanos, Ana Rita, do PT do Espírito Santo. 

(ANA RITA) De qualquer modo o percentual ainda é muito alto. em torno de 26% das pessoas que responderam à pesquisa acham que a mulher merece ser estuprada se ela anda com uma roupa não muito adequada. é um dado que nos preocupa bastante, até para compreender a razão dessa opinião das pessoas. 

(REPÓRTER): A audiência pública também vai discutir nota técnica do Ipea sobre as notificações de estupro registradas pelo Ministério da Saúde. Com base nesses dados, o Ipea estima que 527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil e que, destes casos, apenas 10% chegam ao conhecimento da polícia. Do total, 70% são crianças e adolescentes e 24,1% dos agressores das crianças são os próprios pais ou padrastos, e 32,2% são amigos ou conhecidos da vítima. A senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, alertou para a gravidade desses números. 

(ANA AMÉLIA): o problema maior da violência contra a mulher é dentro de casa, no ambiente familiar. é inadmissível imaginar que você tenha que ter um policial dentro de cada casa brasileira, em cada lar brasileiro. 

(REPÓRTER): São aguardados para a audiência pública representantes do governo, do Ipea e a jornalista Nana Queiroz, que seria a idealizadora nas redes sociais do movimento "Não mereço ser estuprada".
14/04/2014, 01h21 - ATUALIZADO EM 14/04/2014, 01h21
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