Senadores divergem sobre decisão que altera parte da sentença do mensalão — Rádio Senado

Senadores divergem sobre decisão que altera parte da sentença do mensalão

LOC: JOSÉ AGRIPINO ACREDITA QUE POPULAÇÃO FICARÁ FRUSTRADA COM DECISÃO DO STF QUE LIVRA CONDENADOS DO MENSALÃO DO CRIME DE FORMAÇÃO DE QUADRILHA. 

LOC: JÁ ANIBAL DINIZ ENTENDE QUE A REFORMA DA SENTENÇA MOSTRA QUE DEFESA TINHA RAZÃO AO ARGUMENTAR QUE NÃO HAVIA PROVAS DESSE CRIME. REPÓRTER NILO BAIRROS: 

(Repórter) Por seis votos a cinco, o STF, Supremo Tribunal Federal, absolveu do crime de formação de quadrilha oito dos réus da ação penal 470, que ficou conhecida como julgamento do “Mensalão do PT”. A decisão garante ao ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, e ao ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o direito ao regime semi-aberto, em que o condenado pode trabalhar fora do presídio durante o dia. Tudo graças aos embargos infringentes, mecanismo que deu a parte dos réus a chance de um segundo julgamento. Para o senador Anibal Diniz, a nova sentença trouxe justiça onde havia “justiçamento”. O senador pelo PT do Acre lembrou que em nenhum momento ficou provada a formação de quadrilha: 

(Anibal Diniz) Um resultado que bate com o que a Defesa estava mostrando, tava provando fartamente que não tinha por que aquelas pessoas serem condenadas por formação de quadrilha, até porque não foi provado que houve uma ação coordenada, com norte único, então acho que foi o correto eles ficarem livres dessa imputação do crime de formação de quadrilha e assim eles vão poder cumprir sua pena no regime semi aberto. Rep: Já o senador José Agripino, do Democratas do Rio Grande do Norte, atribuiu a mudança na sentença à renovação de duas das onze cadeiras do STF desde o ano passado. E acredita que a sociedade ficará frustrada com a nova decisão: 

(José Agripino) A população brasileira se sentia atendida pela decisão do Supremo Tribunal Federal, que julgou e condenou poderosos a cumprir pena na cadeia, em regime fechado, em semiaberto, mas na cadeia. Essa decisão do Supremo renovado eu acho que frustra a sociedade e a sociedade, eu não tenho dúvida nenhuma, vai entender essa decisão como um passo atrás dado pela justiça. 

(Repórter) Os dois ministros que passaram a integrar o STF em meio ao processo de julgamento são Teori Zavascki e Luis Roberto Barroso. Os dois votaram pela derrubada das condenações por formação de quadrilha.
27/02/2014, 08h27 - ATUALIZADO EM 27/02/2014, 08h27
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