Familiares de vítimas do incêndio da Kiss cobram punição para culpados — Rádio Senado

Familiares de vítimas do incêndio da Kiss cobram punição para culpados

LOC: O SENADO PROMOVEU, EM DEZEMBRO, UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE OS DESDOBRAMENTOS DA TRAGÉDIA DA BOATE KISS. 

LOC: FAMILIARES DAS VÍTIMAS, 242 MORTOS E 116 FERIDOS, COBRARAM PUNIÇÃO DOS CULPADOS E MUDANÇA NAS LEIS. 

LOC: VOCÊ CONFERE AS INFORMAÇÕES NA TERCEIRA E ÚLTIMA REPORTAGEM SOBRE O ANIVERSÁRIO DE UM ANO DESTE QUE FOI O SEGUNDO MAIOR INCÊNDIO DA HISTÓRIA DO BRASIL EM NÚMERO DE VÍTIMAS. REPÓRTER NILO BAIRROS:  

TÉC: O Brasil só tinha vivido maior tragédia em 1961, quando pegou fogo o Gran Circo Americano, em Niterói, Rio de Janeiro, matando 503 pessoas. A diferença é que, num mundo dominado pela informação em tempo real, a dor dos familiares foi imediatamente compartilhada com o Brasil e o mundo a partir daquela madrugada de 27 de janeiro de 2013. Mas, passada a comoção geral, como a justiça e outros órgãos públicos vêm tratando os desdobramentos da tragédia? Para saber isso, a Comissão de Direitos Humanos do Senado recebeu no dia dois de dezembro a Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes. O grupo obteve uma vitória em outubro, quando provocou a reabertura do inquérito depois de provocar o Ministério Público do estado com indícios de irregularidades por parte de órgãos de fiscalização. Mas para o vice-presidente da associação, Valter Capistani, existe um complô para abafar o caso:  

(CAPISTANI) Agentes e gestores públicos de todas as todas as esferas públicas, sem nenhuma ética tentam se livrar das responsabilidades, usando as influências e a própria mídia. Alguns políticos, alguns empresários, estão pedindo para a mídia dar uma abrandada, para a mídia esquecer”. 

Repórter: Os membros da Associação também defenderam ações preventivas para evitar mais mortes pelo mesmo motivo. Já a especialista em toxicologia e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Solange Garcia, lembrou que depois do incêndio na Boate Kiss, outra tragédia começou: o atendimento médico-hospitalar às vítimas. Segundo ela, o Brasil não tem um sistema eficiente para atender intoxicados por agentes químicos e sugeriu a criação de uma central de antídotos. 

(SOLANGE) Eu me colocava na situação dos pais que imaginavam que seus filhos estavam no hospital sendo adequadamente tratados quando, na verdade, o antídoto especifico para aquela intoxicação sequer existia no Brasil. 

(Repórter): Essas e outras recomendações serão levadas em conta na análise dos projetos no Congresso. A promessa foi feita pelo senador Paulo Paim, que presidiu a audiência. O substitutivo, que reúne um conjunto de novas regras, está em análise na Câmara dos Deputados e pode ser votado em fevereiro, na retoma dos trabalhos legislativos. Outros estudos foram feitos pelo Ministério da Justiça e encaminhados à Casa Civil, de onde serão despachados para o Congresso na forma de projeto de lei. A presidente da Comissão de Direitos Humanos, senadora Ana Rita, do PT do Espírito Santo, confirmou que vai pedir pressa ao governo para que os projetos tramitem junto com o substitutivo em análise na Câmara. 

(Sobe som de Romaria, caminhadas e cânticos) 

Repórter: Enquanto as providências não chegam, as celebrações de familiares e amigos marcam os dias de verão em Santa Maria. Caminhadas, missas e ate um Congresso Internacional para discutir a prevenção e a segurança em eventos fechados ajudam a refletir sobre a necessidade de se evitar que uma tragédia como aquela volte a acontecer.
29/01/2014, 00h57 - ATUALIZADO EM 29/01/2014, 00h57
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