CDH discute entraves legais à adoção de crianças — Rádio Senado

CDH discute entraves legais à adoção de crianças

LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA DISCUTIU NESTA QUARTA-FEIRA OS ENTRAVES LEGAIS À ADOÇÃO DE CRIANÇAS. 

LOC: OS DADOS MAIS RECENTES DO CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO MOSTRAM QUE 5 MIL 426 CRIANÇAS ESPERAM UM LAR NO PAÍS. E MAIS DE 29 MIL FAMÍLIAS TÊM INTERESSE EM ADOTAR. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO. 

TÉC: A senadora Ana Rita, do PT do Espírito Santo, presidente da Comissão de Direitos Humanos, destacou que os desafios são imensos. Ela comentou que apesar de haver 29 mil famílias dispostas a adotar e cerca de 40 mil crianças em abrigos, apenas 5 mil crianças estão aptas à adoção.  

(ANA RITA): a situação de abrigo é prevista como um recurso temporário e excepcional, no entanto mais da metade mora em instituições há mais de dois anos, sendo 33% entre 2 e 5 anos, 13% entre 6 a 10 anos e 6% por um período maior que dez anos. 

(REPÓRTER): O professor Benedito dos Santos, da Universidade Católica de Brasília, acompanhou visitas a mães que estavam cogitando dar filhos para adoção e relatou que é uma decisão difícil. 

(BENEDITO): vocês precisam ver a dúvida e angústia dessas mulheres em querer dar o filho pra adoção. Porque tem uma cultura de querer cuidar de tudo. Então não é simples uma mãe querer dar um filho para adoção. 

(REPÓRTER): O juiz Gabriel Matos, da corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, destacou que o CNJ está buscando maneiras de criar um padrão na Justiça para facilitar os processos de adoção. O deputado Jean Willys, do Psol do Rio de Janeiro, reclamou também do preconceito do Congresso Nacional em aceitar os casais homoafetivos como legítimos para a adoção. Ele diz que ainda enxergam os homossexuais como possíveis abusadores de crianças e como influenciadores da orientação sexual dos filhos. 

(JEAN): eu sou filho de um casal heterossexual. Ninguém veio de chocadeira. Todos no mundo vieram, então a orientação sexual dos pais não influencia os filhos. Basta botar dois neurônios pra funcionar pra entender que esse preconceito não se sustenta por muito tempo. 

(REPÓRTER): A presidente do Grupo de Apoio à Adoção de Volta para Casa, Sandra Amaral, se posicionou, assim como a Justiça tem feito, a favor da adoção por casais homoafetivos. Brincou dizendo que o risco é o mesmo de todos os outros casais, de estragar as crianças por “tanto amor”. Já o senador Magno Malta, do PR do Espírito Santo, criticou o Cadastro Nacional de Adoção. 

(MAGNO): Sou pai adotivo, estou dentro deste debate há muitos anos e acho que a legislação é capenga, precária, e outros termos que se pode dar pra ela. E se nós conseguirmos tem tanto penduricalho, mas o eixo principal pra mim é essa história de fila. Fila beneficia e está a serviço do adulto, do casal, não da filha. 

(REPÓRTER): E o representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Sérgio Eduardo Marques da Rocha falou que o cadastro deve ser mais ativo, para aproximar os casais das crianças.
29/05/2013, 01h57 - ATUALIZADO EM 29/05/2013, 01h57
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