Senado lembra os 125 anos do fim da escravidão
LOC: OS 125 ANOS DO FIM DA ESCRAVIDÃO FORAM LEMBRADOS NO SENADO NESTA SEGUNDA-FEIRA.
LOC: ALÉM DE DISCURSOS EM PLENÁRIO, O 13 DE MAIO FOI MARCADO PELO RELANÇAMENTO DA EXPOSIÇÃO A ESCRAVATURA NO PARLAMENTO BRASILEIRO. REPÓRTER MAURÍCIO DE SANTI:
(Repórter) Por meio de textos, imagens, réplicas de documentos e obras raras do acervo do Senado, a exposição destaca o papel do Legislativo nos debates que levaram à assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1.888. Também estão na mostra, que vai até o dia 29 de maio, as leis adotadas pós-abolição em benefício dos negros até a promulgação da Constituição em 1988, que tornou crime a prática do racismo no Brasil. O senador Paulo Paim disse que o país avançou nesses 125 anos de libertação dos escravos. Ele lembrou o programa de cotas e a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a Seppir. Mas o senador do PT do Rio Grande do Sul reconheceu que a ainda há muito a ser feito e citou a violência com um dos problemas que mais afetam a população negra do país.
(Paulo Paim) A taxa de homicídio dos negros supera aos que não são negros em 138%. E essa diferença permanece em todos os estratos sociais. Ou seja, mesmo comparando-se negros e não-negros com posição social semelhante os negros são vítimas muito, muito mais freqüentes da violência. O que confirma o viés racista da violência.
(Repórter) E o senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, afirmou que os 125 anos de assinatura da Lei Áurea não são motivo para celebrações. Ele lembrou que o Brasil foi o último país do continente americano a abolir a escravatura e até hoje discrimina a população negra.
(Roberto Requião) Nada temos a comemorar. Acima de tudo porque há 125 anos não cessamos de perseguir e humilhar, torturar e assassinar os negros em uma continua, implacável e impiedosa campanha contra os descendentes de africanos que seqüestramos e escravizamos.
(Repórter) Os senadores cobraram a aprovação de medidas contra a escravidão, como a mudança constitucional que permite a desapropriação de terras, sem indenização, onde for constatado trabalho análogo ao de escravo. A proposta foi aprovada em maio do ano passado pela Câmara e voltou ao Senado para análise das modificações feitas pelos deputados. O texto está na Comissão de Constituição e Justiça e tem como relator o senador Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB de São Paulo.
LOC: ALÉM DE DISCURSOS EM PLENÁRIO, O 13 DE MAIO FOI MARCADO PELO RELANÇAMENTO DA EXPOSIÇÃO A ESCRAVATURA NO PARLAMENTO BRASILEIRO. REPÓRTER MAURÍCIO DE SANTI:
(Repórter) Por meio de textos, imagens, réplicas de documentos e obras raras do acervo do Senado, a exposição destaca o papel do Legislativo nos debates que levaram à assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1.888. Também estão na mostra, que vai até o dia 29 de maio, as leis adotadas pós-abolição em benefício dos negros até a promulgação da Constituição em 1988, que tornou crime a prática do racismo no Brasil. O senador Paulo Paim disse que o país avançou nesses 125 anos de libertação dos escravos. Ele lembrou o programa de cotas e a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a Seppir. Mas o senador do PT do Rio Grande do Sul reconheceu que a ainda há muito a ser feito e citou a violência com um dos problemas que mais afetam a população negra do país.
(Paulo Paim) A taxa de homicídio dos negros supera aos que não são negros em 138%. E essa diferença permanece em todos os estratos sociais. Ou seja, mesmo comparando-se negros e não-negros com posição social semelhante os negros são vítimas muito, muito mais freqüentes da violência. O que confirma o viés racista da violência.
(Repórter) E o senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná, afirmou que os 125 anos de assinatura da Lei Áurea não são motivo para celebrações. Ele lembrou que o Brasil foi o último país do continente americano a abolir a escravatura e até hoje discrimina a população negra.
(Roberto Requião) Nada temos a comemorar. Acima de tudo porque há 125 anos não cessamos de perseguir e humilhar, torturar e assassinar os negros em uma continua, implacável e impiedosa campanha contra os descendentes de africanos que seqüestramos e escravizamos.
(Repórter) Os senadores cobraram a aprovação de medidas contra a escravidão, como a mudança constitucional que permite a desapropriação de terras, sem indenização, onde for constatado trabalho análogo ao de escravo. A proposta foi aprovada em maio do ano passado pela Câmara e voltou ao Senado para análise das modificações feitas pelos deputados. O texto está na Comissão de Constituição e Justiça e tem como relator o senador Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB de São Paulo.