Conselho decide pela cassação do mandato de Demóstenes Torres — Rádio Senado

Conselho decide pela cassação do mandato de Demóstenes Torres

LOC: O CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO DECIDU PELA CASSAÇÃO DO MANDATO DO SENADOR DEMÓSTENES TORRES, DE GOIÁS. 

LOC: O RELATÓRIO RECOMENDANDO A CASSAÇÃO, FEITO PELO SENADOR HUMBERTO COSTA, DO PT DE PERNAMBUCO, FOI APROVADO POR UNANIMIDADE. REPÓRTER PATRÍCIA NOVAES. 

(REPÓRTER) Humberto Costa, do PT de Pernambuco concluiu que Demóstenes Torres quebrou o decoro parlamentar e que usou o mandato para favorecer o contraventor Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. Durante a leitura das 79 páginas do relatório, Humberto Costa afirmou que a vida política de Demóstenes gravita, desde 1999, em torno dos interesses do bicheiro.

(Humberto Costa) Seu papel no que diz respeito especificamente a jogos de azar, não era operacional, mas o de braço político, um facilitador institucional que poderia auxiliar na manutenção e na satisfação dos interesses de Cachoeira. 

(REPÓRTER) Humberto Costa também lembrou a defesa de Demóstenes no Conselho de Ética ao se referir ao aparelho celular-rádio Nextel doado por Cachoeira. Na ocasião, Demóstenes reconheceu o presente e disse que ele era utilizado para sua comodidade.

(Humberto Costa) A figura de Cachoeira está sempre presente quando se trata de proporcionar comodidade, conforto, bem-estar ao senador. Cachoeira está junto quando se cuida de pagar uma dívida de dezoito mil dólares pela aquisição de uma mesa; é o amigo do peito que se preocupa com todos os detalhes da aquisição de uma aparelhagem de som de 27 mil dólares; é quem destaca uma estafeta para comprar cinco garrafas de vinho ao preço de 15 mil dólares; é o padrinho oculto que dá uma geladeira e um fogão ao casal querido, ao preço de 25 mil dólares; é o benfeitor secreto que paga a queima de fogos por ocasião da formatura da senhora Demóstenes Torres.

(REPÓRTER) Antes da leitura do relatório, o advogado de Demóstenes defendeu o senador. Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay voltou a bater na tecla de que houve falhas no processo no Conselho e de desrespeito à Constituição Federal por conta da investigação da Polícia Federal a um senador da República sem a devida autorização do STF. O senador Mário Couto, do PSDB do Pará afirmou que Demóstenes teve todas as chances para se defender no conselho e que esperava dele uma explicação, mas que isso não aconteceu. 

(Mário Couto) Todas as vezes que falou complicou mais sua situação. No meu caso, a minha pergunta me deixou extremamente decepcionado. O senador ajudava a corromper militares. Eu jamais imaginei que pudesse acontecer isso com o senador Demóstenes.

(REPÓRTER) Mário Couto afirmou ainda que vai divulgar seu voto no Plenário do Senado onde a votação é secreta. O processo agora segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça que tem um prazo de cinco sessões deliberativas do Senado para analisar a matéria. Só depois disso o Plenário do Senado vai decidir o destino político de Demóstenes Torres, o que deve ocorrer ainda antes do início do recesso parlamentar, no dia 17 de julho.
26/06/2012, 08h16 - ATUALIZADO EM 26/06/2012, 08h16
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