Comissão vai ouvir depoimento de quatro testemunhas nesta terça — Rádio Senado

Comissão vai ouvir depoimento de quatro testemunhas nesta terça

LOC: A CPI DO CACHOEIRA VAI TOMAR NESTA TERÇA-FEIRA O DEPOIMENTO DE QUATRO TESTEMUNHAS, QUE SERÃO QUESTIONADAS SOBRE A RELAÇÃO DO GOVERNADOR DE GOIÁS COM O CONTRAVENTOR CARLOS RAMOS.

LOC: E O PRESIDENTE DO SENADO, JOSÉ SARNEY, ESPERA QUE O SUPREMO NÃO ATENDA AO PEDIDO DA CONSTRUTORA DELTA PARA NÃO QUEBRAR OS SIGILOS DA EMPRESA. A REPORTAGEM É DE HÉRICA CHRISTIAN.

(Repórter) Desta vez, os quatro depoentes comparecem à CPI Mista do Cachoeira na condição de testemunhas não poderão permanecer calados, a exemplo do que ocorreu com os convocados anteriores, entre eles, Carlos Ramos. Na reunião desta terça-feira, a CPI vai ouvir os empresários Walter Santiago, Sejana Martins, Écio Ribeiro, compradores da mansão de Perillo onde Cachoeira foi preso; e Eliane Pinheiro, ex-chefe de gabinete do governador de Goiás. Diante das denúncias de que Cachoeira teria bancado contas de campanha de Perillo, o próprio governador teria defendido a quebra de seus sigilos. O senador Cássio Cunha Lima do PSDB da Paraíba questiona o fato de o governador ainda não ter sido ouvido apesar de estar à disposição da CPI.

(Cássio Cunha Lima) Por trás da convocação do governador Perillo existe um nítido interesse político de desgastá-lo em Goiás. É lamentável que um governador de Estado seja submetido a esse tipo de constrangimento.

(Repórter) O relator, deputado Odair Cunha do PT de Minas Gerais, aposta na quebra dos sigilos para avançar nas investigações do suposto envolvimento do governador goiano e do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.

(Odair Cunha) A quebra de sigilo é muito mais importante do que qualquer tipo de convocação. Porque as pessoas virão e vão dizer o que querem. É um espaço para eles darem as explicações que entendem por bem. 

(Repórter) O senador Randolfe Rodrigues do PSOL do Amapá defendeu um adiamento da vinda do governador de Goiás. Ele quer ouvir antes o jornalista Luiz Bordoni, que teria recebido pagamento de campanha de uma empresa ligada a Cachoeira, e o ex-diretor do DNIT, Luiz Pagot, que acusou partidos de se valerem de empreiteiras para bancar campanhas.

(Randolfe Rodrigues) A CPI tem que apostar nos depoimentos daqueles que estão dispostos a falar. O jornalista lá de Goiás, que trabalhou com o Sr. Marconi; o Sr. Pagot.; os vereadores de Goiânia. Esses estão dispostos a falar. Acho que a CPI poderia priorizar os que estão dispostos a falar e nos poupar daquela cena do uso do silêncio. Já o presidente do Senado, José Sarney, do PMDB do Amapá, fez uma avaliação positiva dos trabalhos da CPI, que já passaram de um mês. 

(José Sarney) A CPI está trabalhando em seu ritmo normal, já apresentando resultados, uma vez que já se estruturou, já começou a ouvir depoimentos.Evidentemente que é uma CPI muito complexa.

(Repórter) O presidente do Senado também comentou o pedido a Delta Construções de derrubar no Supremo Tribunal Federal a quebra dos sigilos aprovada pela CPI. A empreiteira alega que a Comissão estaria desviando o foco, que seriam os negócios de Cachoeira. Sarney não acredita que o Supremo vá rever uma decisão legal da própria CPI.
04/06/2012, 02h21 - ATUALIZADO EM 04/06/2012, 02h21
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