Comissão da Verdade deve concentrar investigações no período da ditadura — Rádio Senado

Comissão da Verdade deve concentrar investigações no período da ditadura

LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DISCUTIU, NESTA TERÇA-FEIRA, O PROJETO QUE CRIA A COMISSÃO DA VERDADE COM REPRESENTANTES DA SOCIEDADE CIVIL E DE FAMILIARES DE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS.

LOC: ELES QUEREM QUE A COMISSÃO CONCENTRE AS INVESTIGAÇÕES NO PERÍODO DA DITADURA MILITAR. REPORTAGEM DE ANA BEATRIZ SANTOS.

(REPÓRTER): A audiência pública para discutir o projeto que cria a Comissão da Verdade reuniu representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil, do Ministério Público; e de familiares de mortos e desaparecidos. Todos os convidados destacaram a importância da instalação da comissão, mas avaliam que o texto que veio da Câmara dos Deputados precisa ser aperfeiçoado. O secretario geral da OAB, Marcos Vinicius Coelho, entregou um documento com as sugestões da entidade ao presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Paulo Paim, do PT gaúcho. Entre elas está a definição do prazo de cinco anos para a duração dos trabalhos da comissão, e não dois, como foi aprovado pelos deputados. Outra sugestão contraria o texto que veio da Câmara, que estabelece os anos de 1946 a 1988 para a investigação. Marcos Vinicius Coelho defende que o período seja de 1964 a 1988.
(MARCUS VINICIUS COELHO): este é o período a ser investigado, é o período de perseguição política. quando se estende para momentos outros da historia do país, parece que se amplia o tempo para que a investigação não seja eficaz.
(REPÓRTER): O senador Randolfe Rodrigues, do Psol do Amapá, está preocupado com a demora na análise da matéria.
(RANDOLFE RODRIGUES): E nós demoramos 22 anos para debater uma comissão da verdade. em outras palavras significa que nós não concluímos o processo de transição democrática e nos precisamos concluir O processo de transição.
(REPÓRTER): Segundo o senador Paulo Paim, as propostas apresentadas na audiência pública serão encaminhadas para o relator da matéria e para a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Participaram do debate Gilda Carvalho, procuradora federal dos Direitos do Cidadão; João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart; Iara Xavier Pereira, representante do Comitê pela Verdade, Memória e Justiça do Distrito Federal; Aton Fon Filho, da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos; Susana Keniger Lisboa, da Comissão de Familiares de Mortos; e o Padre Geraldo Martins, assessor político da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
18/10/2011, 00h46 - ATUALIZADO EM 18/10/2011, 00h46
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