Divisão do estado do Pará provoca polêmica no Congresso Nacional
LOC: A DIVISÃO DO ESTADO DO PARÁ JÁ ESTÁ PROVOCANDO POLÊMICA NO CONGRESSO NACIONAL.
LOC: SE A POPULAÇÃO CONCORDAR COM A CRIAÇÃO DOS ESTADOS DE CARAJÁS E TAPAJÓS, PODERÁ HAVER UMA MUDANÇA NO CENÁRIO POLÍTICO COM O AUMENTO DAS BANCADAS DO NORTE NA CÂMARA E NO SENADO. REPÓRTER PATRÍCIA NOVAES:
Recentemente, o Senado aprovou projeto prevendo que a população dos municípios interessados decida se concorda ou não com a criação dos estados de Carajás e Tocantins. Caso digam sim, a bancada do Norte do País, que representa uma população de quinze milhões de pessoas passaria a ter 27 senadores enquanto a bancada do Sudeste, que representa uma população cinco vezes maior, de cerca de 80 milhões de pessoas, continuaria com os 12 senadores que tem hoje. Em discurso no Plenário o senador Eduardo Suplicy, do PT de São Paulo elogiou a iniciativa do jurista Dalmo Dalari que encaminhou uma ação ao TSE para que toda a população brasileira seja ouvida sobre a criação dos dois estados e não apenas a população paraense, como previsto inicialmente. Um dos argumentos do senador petista é justamente a questão da representatividade política. Ele argumenta, que além dos elevados custos que recairão sobre todo o País, os direitos políticos de toda a população serão afetados. (Suplicy) Pois o mesmo eleitorado do Estado do Pará, que hoje elege três Senadores, que é o número de representantes de cada Estado, passará a eleger nove Senadores, ou seja, três para cada Estado, o que, obviamente, irá aumentar o peso político daquele eleitorado, reduzindo o peso e a influência de todos os eleitores de todos os demais Estados. (Patrícia) Para o senador Mozarildo Cavalcanti do PTB de Roraima, autor da proposta para a realização do plebiscito sobre a criação do estado de Tapajós a questão de fundo é política. Ele criticou a proposta de Dalari para que todo o País seja ouvido a respeito da divisão do Pará. (Mozarildo) O pano de fundo dessa questão é que teremos mais seis Senadores aqui da Região Norte e mais talvez dezesseis Deputados da Região Norte. Mas eu pergunto: por que São Paulo, já tem todo esse poderio econômico, tem medo que possamos ter mais poder político? .... Agora querer que, além de ouvir o Pará, ouça todo o Brasil, é demais. Seria o mesmo que o Brasil, à época da independência, fosse ouvir Portugal para saber se ele queria, ou não, que fizesse a independência. (Patrícia) A representatividade na Câmara dos Deputados também seria alterada com a criação dos dois estados. Atualmente a Constituição determina que cada estado tenha no mínimo oito deputados, de acordo com a população. Se forem criados os estados de Carajás e Tapajós a atual bancada do Para que tem hoje 17 deputados, poderá ter no mínimo vinte e quatro, somados os três estados.
LOC: SE A POPULAÇÃO CONCORDAR COM A CRIAÇÃO DOS ESTADOS DE CARAJÁS E TAPAJÓS, PODERÁ HAVER UMA MUDANÇA NO CENÁRIO POLÍTICO COM O AUMENTO DAS BANCADAS DO NORTE NA CÂMARA E NO SENADO. REPÓRTER PATRÍCIA NOVAES:
Recentemente, o Senado aprovou projeto prevendo que a população dos municípios interessados decida se concorda ou não com a criação dos estados de Carajás e Tocantins. Caso digam sim, a bancada do Norte do País, que representa uma população de quinze milhões de pessoas passaria a ter 27 senadores enquanto a bancada do Sudeste, que representa uma população cinco vezes maior, de cerca de 80 milhões de pessoas, continuaria com os 12 senadores que tem hoje. Em discurso no Plenário o senador Eduardo Suplicy, do PT de São Paulo elogiou a iniciativa do jurista Dalmo Dalari que encaminhou uma ação ao TSE para que toda a população brasileira seja ouvida sobre a criação dos dois estados e não apenas a população paraense, como previsto inicialmente. Um dos argumentos do senador petista é justamente a questão da representatividade política. Ele argumenta, que além dos elevados custos que recairão sobre todo o País, os direitos políticos de toda a população serão afetados. (Suplicy) Pois o mesmo eleitorado do Estado do Pará, que hoje elege três Senadores, que é o número de representantes de cada Estado, passará a eleger nove Senadores, ou seja, três para cada Estado, o que, obviamente, irá aumentar o peso político daquele eleitorado, reduzindo o peso e a influência de todos os eleitores de todos os demais Estados. (Patrícia) Para o senador Mozarildo Cavalcanti do PTB de Roraima, autor da proposta para a realização do plebiscito sobre a criação do estado de Tapajós a questão de fundo é política. Ele criticou a proposta de Dalari para que todo o País seja ouvido a respeito da divisão do Pará. (Mozarildo) O pano de fundo dessa questão é que teremos mais seis Senadores aqui da Região Norte e mais talvez dezesseis Deputados da Região Norte. Mas eu pergunto: por que São Paulo, já tem todo esse poderio econômico, tem medo que possamos ter mais poder político? .... Agora querer que, além de ouvir o Pará, ouça todo o Brasil, é demais. Seria o mesmo que o Brasil, à época da independência, fosse ouvir Portugal para saber se ele queria, ou não, que fizesse a independência. (Patrícia) A representatividade na Câmara dos Deputados também seria alterada com a criação dos dois estados. Atualmente a Constituição determina que cada estado tenha no mínimo oito deputados, de acordo com a população. Se forem criados os estados de Carajás e Tapajós a atual bancada do Para que tem hoje 17 deputados, poderá ter no mínimo vinte e quatro, somados os três estados.
