Comissão ouve relatos de discriminação contra negros em supermercados — Rádio Senado

Comissão ouve relatos de discriminação contra negros em supermercados

LOC: A SUBCOMISSÃO EM DEFESA DO EMPREGO E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, LIGADA À COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS, OUVIU NESTA TERÇA FEIRA RELATOS DE DISCRIMINAÇÃO E AGRESSÃO PRATICADOS CONTRA PESSOAS NEGRAS. LOC: OS ATOS FORAM PRATICADOS POR VIGILANTES DE EMPRESAS PRIVADAS QUE ATUAM NOS SUPERMERCADOS BRASILEIROS. O AUTOR DO PEDIDO PARA A AUDIÊNCIA FOI O SENADOR PAULO PAIM, PRESIDENTE DA SUBCOMISSÃO. REPÓRTER PATRÍCIA NOVAES. No dia 9 de agosto de 2009 o vigilante da USP, Januário de Santana foi tomado por suspeito do roubo de seu próprio carro, um Ford Eco Esporte, enquanto sua família fazia compras na loja do supermercado Carrefour em Osasco, São Paulo. Em 13 de janeiro deste ano, três menores foram levados para um quarto de um hipermercado Extra da marginal do Tietê em São Paulo, obrigados a tirar suas roupas, sob ameaças de chicotes e xingamentos como ¿negrinhos fedidos, e humilhados pela suspeita de que tivessem furtado mercadorias. (Patrícia) Esses fatos foram relatados pelo advogado Dojival Vieira dos Santos durante a audiência que ouviu representantes dos supermercadistas e de vítimas agredidas por vigilantes em estabelecimentos por todo o País. Os dois casos já estão sendo reparados pelo Carrefour e pelo Extra. Mas, Márcio Antônio de Souza, brutalmente agredido nas dependências das Lojas Americanas em Campo Grande, Mato Grosso, não teve a mesma sorte. Até agora a empresa tem se negado a reparar os danos. Na reunião desta terça feira, no entanto, o advogado da empresa, Silzomar Furtado Júnior, concordou em negociar com a vítima e no próximo dia 15 deverá apresentar uma proposta de reparação. Para o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, o encontro representou um avanço na política de entendimento. (Paulo Paim) ¿ Encontro positivo porque toda a rede de supermercados esteve aqui, quem não esteve justificou e nós avançamos numa política de entendimento. (Patrícia) ¿ Durante a audiência, o Diretor Executivo da Educafro, Frei David Santos, denunciou casos de racismo por todo o País. Segundo dados apresentados por ele, de cada vítima que tem a coragem de denunciar o crime, nove deixam de registrar a queixa. Ele fez um apelo para que essas pessoas procurem a justiça. Segundo Frei David, praticamente quase todos os casos de racismo estão tendo decisões favoráveis da Justiça. Da Rádio Senado, Patrícia Novaes.
31/05/2011, 08h15 - ATUALIZADO EM 31/05/2011, 08h15
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