Validade da Ficha Limpa pode mudar composição do Congresso Nacional
LOC: A VALIDADE DA FICHA LIMPA AINDA PODE PROVOCAR GRANDES MUDANÇAS NA COMPOSIÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL.
TEC: A eleição
já passou e os resultados já foram divulgados, mas muitas indefinições ainda
permanecem em torno da composição do Senado e da Câmara dos Deputados, enquanto
o Supremo Tribunal Federal não julgar se a lei da Ficha Limpa vale ou não para
as eleições deste ano. O caso mais grave é o de senador pelo Pará. Isso porque
a soma dos votos dados aos candidatos Jader Barbalho, do PMDB, e Paulo Rocha,
do PT, chega a 57,25%, ou seja, mais da metade do total. O futuro político de
ambos depende do STF, pois foram considerados ¿ficha suja¿ pelo TRE do Pará. Se
os dois forem vetados, deve haver uma nova eleição, por seus votos serão
considerados nulos. Já no caso de apenas um dos dois candidatos ser declarado inelegível,
a eleição realizada no dia 3 continua valendo. Para o cientista político e ex-ministro
do TSE Walter Costa Porto, o Pará tem grandes chances de passar por uma nova
eleição para o Senado. (WALTER COSTA PORTO) Eu acho que deve se repetir a eleição para os 2 cargos. E acho que
devem ser somados os votos, se forem evidentemente cassados, do Jader e do
Paulo. Mas são questões que o Tribunal tem que debater muito. Quer dizer, tudo
está à espera de decisão judicial. (REP): O problema é que ainda
não há uma data certa para o STF decidir a validade da ficha limpa. O Supremo
paralisou essa discussão durante o julgamento do ex-candidato ao governo do
Distrito Federal, Joaquim Roriz, com empate de cinco a cinco entre os
ministros. A questão só será decidida com a nomeação de um novo ministro pelo
presidente Lula, o que só deve acontecer depois do 2º turno. Também continuam
pendentes uma vaga para o Senado na Paraíba e uma outra no Amapá. Na Paraíba a indefinição
envolve o mais votado do estado, Cássio Cunha Lima, do PDT. Se ele for considerado
elegível, sai o terceiro mais votado, Wilson Santiago, do PMDB. Já no Amapá o
julgamento envolve João Capiberibe do PSB, segundo mais votado. Sua entrada no
Senado excluiria o atual senador Gilvam Borges, do PMDB. Em Rondônia também há
indefinição. Se Ivo Cassol, do PPS, for considerado inelegível, sua vaga Senado
será dada a Fátima Cleide, do PT. Muitas mudanças podem acontecer também na
Câmara, pois alguns dos mais votados ainda estão sub-judice. Os exemplos mais
notórios são os de Paulo Maluf, do PP de São Paulo, e Anthony Garotinho, do PR
do Rio de Janeiro. Ambos tiveram quase 500 mil votos e arrastaram outros
candidatos com eles, mas as candidaturas ainda podem ser anuladas, como lembra
Walter Costa Porto. (WALTER COSTA PORTO) Antigamente o sujeito
era cassado mas elegia uma porção de gente, porque o Partido recebia uma grande
soma de votos. E a grande novidade do pleito é esta determinação da Lei, de que
sejam anulados estes votos. Então esta é uma novidade. (REP)
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